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Sudeste

Falso atentado de Paraisópolis foi factoide criado por Bolsonaro, que tentava nova "bala de prata", avalia cientista político

"Quem precisava do fato novo era o Bolsonaro. Só é possível entender o que aconteceu em Paraisópolis analisando aquilo como uma ação conjunta", afirmou Leonardo Rossatto

Leonardo Rossatto, Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução | ABR)
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247 - O cientista político Leonardo Rossatto avalia que o escândalo do falso atentado em Paraisópolis envolvendo o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não foi forjado para benefício do ex-ministro, mas do próprio Jair Bolsonaro (PL), desesperado por um "fato novo" para superar o ex-presidente Lula (PT) no segundo turno.

"Tem uma peça que não encaixa nessa historia da equipe do Tarcísio forjar atentado, com direito a uma morte: Tarcísio não precisava de um atentado para ganhar a eleição em SP.  Tarcísio estava na frente. Quem está na frente não quer que nada aconteça. Se nada acontecer, nada muda", escreveu o cientista político em seu perfil do Twitter.

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"Então por que diabos o Tarcísio criou um fato novo desnecessário que agora está colocando em risco sua própria eleição?  A resposta é simples: quem precisava do fato novo era o Bolsonaro. Só é possível entender o que rolou em Paraisopolis analisando aquilo como uma ação conjunta", continuou.

Rossatto, então, listou pontos que fundamentam sua tese: no mesmo dia em que tentou emplacar a narrativa de um atentado, o próprio Tarcísio mudou a versão dizendo que era “briga territorial de grupos rivais” e deixou de tocar no assunto oficialmente. Bolsonaro, por sua vez, mencionou o tiroteio em Paraisópolis em sua propaganda eleitoral na televisão, tentando obter ganho político com o evento.

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Outro fato elencado pelo cientista político é que "literalmente um dia antes (do suposto atentado) teve debate (presidencial) na Band e o Bolsonaro estava tentando associar o Lula à bandidagem - a história do CPX. Se a encenação do atentado desse certo seria uma “confirmação para a sociedade” de que o Bolsonaro estava certo."

"Isso faria com que a discussão até a eleição fosse centrada em cima do tema da segurança nas comunidades e Bolsonaro só ia ganhar com isso, defendendo métodos como o do Cláudio Castro de subir o morro com a polícia matando a esmo. E o Tarcísio só avisou à PM que ia visitar Paraisópolis domingo (16) à noite - depois do debate. Parece que as estratégias meio que se casam aí", acrescentou.

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Vale destacar que em meio às grandes revelações do escândalo de Paraisópolis, o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo optou por se recolher nesta reta final de campanha eleitoral, a fim de evitar mais 'derrapadas'. Para os últimos dias da campanha eleitoral, Tarcísio não participará de atos e passeatas, reservando seu tempo à preparação para o debate na TV Globo desta quinta-feira (27) e para a sabatina no SBT na sexta-feira (28).

"Tarcísio se submeteu a essa humilhação (de criar um falso atentado). Um factoide que acabou matando uma pessoa. Foi a equipe do Tarcísio? Não sabemos. A investigação da polícia vai resolver isso. Mas é fato que a equipe do Tarcísio, a mando do Bolsonaro, criou um factoide que terminou com uma morte. Isso dá uma dimensão do quanto o Tarcísio vai se dispor a ser capacho do Bolsonaro no governo de SP. Qualquer coisa que o Bolsonaro mandar ele vai fazer", analisou Rossatto.

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