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Julimar Roberto

Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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13,5 milhões em dinheiro vivo é normal?

(Foto: Pixabay | Reprodução)
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Com o advento da tecnologia e de ferramentas bancárias que facilitam nossa vida, quem você conhece que ainda faz compras com dinheiro vivo? Quase ninguém, né? Até mesmo nas compras cotidianas usamos cartão, transferência bancária, ou, mais recentemente, o pix.

Mas, indo na contramão da maioria das pessoas, o clã Bolsonaro ainda usa dinheiro em espécie, milhões dele. Nota por nota, contadinhas para não ter erro. É o que mostra a reportagem do Portal Uol, que analisou diversos documentos e fez uma apuração minuciosa por sete meses.

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De acordo com a matéria, metade dos imóveis adquiridos pelo família nos últimos 30 anos foram comprados com dinheiro em vivo. O levantamento considera o patrimônio construído no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres.

Falando em números, foram R$ 13,5 milhões em dinheiro vivo usados nas negociações de 51 imóveis. O valor, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chega a R$ 25,6 milhões nos dias atuais. Ao ser questionado sobre o assunto, Bolsonaro, como sempre, demonstrou irritação. “Qual o problema?”, respondeu.

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O problema é tal prática costuma ser usada para lavagem de dinheiro obtido por meios ilícitos, já que dificulta o rastreio por parte dos órgãos de controle.

O próprio Bolsonaro, há 4 anos, reconheceu que o pagamento em dinheiro em espécie pode estar ligado a dinheiro roubado. À época, o então candidato à Presidência, em entrevista à Folha de São Paulo sobre a sua evolução patrimonial, disse que não usava dinheiro vivo nas suas transações.

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"Levar em dinheiro e pagar? Geralmente é DOC. Levar em dinheiro não é o caso. Pode ser roubado. Tira do banco direto e manda para lá. Eu não guardo dinheiro no colchão em casa", disse.

Toda a agitação sobre o assunto só reforçou as suspeitas de corrupção, já que tamanha fortuna precisou ser movimentada sem passar pelos bancos, para não deixar registro.

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Será que tamanho tesouro foi oriundo das rachadinhas realizadas tanto por Bolsonaro quanto por seus filhos Flávio e Carlos? Para quem não sabe, rachadinha é o nome popular para a prática de desvio de salários de servidores em gabinete parlamentar.

No esquema, que tem sido vinculado à família Bolsonaro, um assessor, por exemplo, devolve parte do salário recebido ao parlamentar ou a um intermediador. Lembra do Fabrício Queiroz e do cheque de R$ 89 mil depositado na conta de Michelle Bolsonaro? Pois bem, é nessa linha.

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Ou será que esses quase R$ 14 milhões, que resultaram em 51 imóveis, são oriundos de tramoias piores?

Para além dos negócios ilícitos ─ ou não ─ do clã Bolsonaro, o que também chama a atenção é que, apesar da gravidade do tema, a grande mídia não fez todo o alarde ao qual estamos acostumados quando se trata de uma figura da esquerda, como o presidente Lula, por exemplo. A reportagem foi amplamente divulgada, de fato, mas nada se viu nada daquele show midiático de quando haviam meras suspeitas sobre Lula.

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Fora a parcialidade, essa é uma situação que precisa ser duramente investigada e o grande público precisa exigir que essa grave denúncia não seja esquecida, como noutras situações envolvendo Bolsonaro e seus filhos. É preciso que sejam buscadas respostas urgentes para desmascarar de vez esse discurso hipócrita de combate à corrupção. Para então, num futuro nem tão distante, ao descer a rampa do Planalto e passar a faixa presidencial a Lula, já sem a imunidade que o cargo lhe conferia, Bolsonaro seja conduzido a um camburão da Polícia e possa responder por seus crimes sem privilégios.

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