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Mauro Passos

Engenheiro, ex-deputado federal pelo PT/SC, e presidente do Instituto Ideal

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A Guerra na Ucrânia

Biden terceirizou a guerra. Não tem um soldado morto e a indústria bélica americana nunca vendeu tanto armamento

Joe Biden | Kiev | Otan (Foto: Reuters)
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A guerra na Ucrânia completou quatro meses no último dia 22. Naquela data acontecia em Florianópolis o principal evento de geração distribuída de energia solar do país. Nos três dias de intensa programação com palestras e apresentações, cerca de dois mil participantes passaram pelo 14 Fórum GD Brasil.

Como palestrante convidado, na última hora  procurei diferenciar um pouco minha apresentação. Não podia deixar passar em branco a gravidade de uma guerra como a que estamos vivenciando em tempo real. O tema da palestra passou a ser: A guerra na Ucrânia, as transformações em curso e a importância da geração distribuída no Brasil. Um desafio e tanto, para o pouco tempo que tinha.

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Na abertura da apresentação, a guerra e suas inevitáveis consequências. A insanidade dos governantes e a brutalidade que é. Na Ucrânia já morreram 47 mil civis, US$ 600 bilhões de danos materiais e 8 milhões de ucranianos que deixaram o país. Sem falar nos militares mortos e no custo dos armamentos envolvidos e destruídos. (Fonte: Reuters, de 21/6) 

O papel de cada um nesse conflito também não pode ser esquecido. Por ordem alfabética, Biden terceirizou a guerra. Não tem um soldado morto e a indústria bélica americana nunca vendeu tanto armamento. Putin continua firme resistindo os embargos econômicos e sua evidente intenção de expandir o território russo, de olho no que era a antiga União Soviética. Zelenski, o presidente da Ucrânia, que vinha perdendo popularidade no seu governo, com a guerra virou um pop-star. Só que o desgaste interno existe. A Ucrânia que poucos sabiam, era um celeiro do mundo. Produz 12% do trigo, 15% do milho e 50% do óleo de girassol. Agora não consegue exportar sua produção.  

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As consequências energéticas e econômicas são globais, mas bem mais acentuadas na União Europeia, o principal aliado americano no conflito. Com uma enorme dependência do petróleo e gás da Rússia, os europeus estão sem saída no curto prazo. Os russos sabem disso, já que é o maior exportador de gás do mundo, sendo que 74% do que exporta vai para a Europa. Outra fonte de energia importante que a Rússia controla é o petróleo. São 5 milhões de barris de petróleo por dia que que exportam. Com a guerra, o preço do barril já passou dos U$ 120. 

Para muitos analistas a guerra pode durar. O que torna as consequências imprevisíveis. De certa forma, sem ser alarmista, o estrago está feito, todos serão atingidos por essas incertezas. Do que pude falar na conferência foi sobre a nossa dependência energética. Que a meu ver nos torna um país diferenciado do todo. Se nos falta gestão e planejamento, o potencial de energia renovável que temos é imensurável. Sol e vento à vontade, com conhecimento técnico próprio e capacidade de investimento privado já devidamente comprovada.

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O professor Ricardo Rüther da UFSC, diretor técnico do Instituto IDEAL e um dos mais renomados estudiosos do tema, registrou na sua palestra de abertura do Fórum GD o nosso bom momento e a certeza de que vai continuar assim. A energia solar é a que mais cresce no mundo e no Brasil. Sendo que no Brasil a curva do crescimento é uma exponencial muito mais acentuada do que em qualquer outro país.  Em 2011, não se tinha nada. O que havia era um pouco de pesquisa e desenvolvimento em algumas universidades federais. A do Pará, a de São Paulo, a de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Dez anos depois, em 2021, segundo a Aneel, já eram 300 mil instalações solares fotovoltaicas, quase todas em geração distribuída. Hoje já se tem 15 GW entre geração distribuída (67%) e centralizada em usinas (37%). É mais potência instalada que Itaipu. A própria Aneel projeta para 2031, 10 milhões de instalações. Uma revolução em direção a uma independência energética descentralizada, que terá no futuro outra importante função, a da mobilidade elétrica. 

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O processo em curso no Brasil não tem volta. Ao meu ver por três motivos: temos uma boa condição de insolação, os preços da energia solar estão caindo e as tarifas da energia elétrica tradicional, vinculadas às concessionárias, continuam sendo reajustadas muito acima da inflação. Na terça-feira, 21, dia da abertura do Fórum, a Aneel anunciava um novo reajuste nas bandeira tarifárias: na média 50%!

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