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Marcia Tiburi

Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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A lei do "Não é não" é só uma lei contraditória ou é cínica mesmo?

"Pode parecer, mas isso não é uma falácia. Vamos fingir que não há assédio nas igrejas?", questiona Marcia Tiburi

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Talvez o presidente Lula tenha caído numa armadilha - e com isso colocou Janja, a primeira-dama, que ao se declarar feminista assume as implicações dessa posição, também numa armadilha, assim como todas as mulheres brasileiras.

Janja com seu acesso privilegiado a esse homem, seu marido, como ela gosta de declarar com graça, poderia agora usar sua posição de primeira-dama para esclarecer o presidente sobre o problema da lei que está valendo nos bares, nos lugares de diversão, mas não nas igrejas. Podemos pedir à primeira-dama feminista que, pelo amor das deusas, nos ajude nessa causa!

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Vale para o governo se justificar perante todas as mulheres brasileiras acerca desse protocolo que cai no absurdo, pois, segundo ele, uma mulher deverá ser amparada e protegida nos bares da vida, contra homens violentos e abusivos, mas não nas igrejas. Isso significa que, segundo a lei, nas igrejas, o assédio está liberado.

Pode parecer, mas isso não é uma falácia. Vamos fingir que não há assédio nas igrejas? Certamente, as mulheres contam sempre com a ética dos homens dentro da igrejas, mas os homens de igreja não são conhecidos por serem éticos, basta olhar a história sexual das igrejas que é a história de violências sexuais (estupro, assédio, pedofilia e até assassinato - vide o caso Lucas Terra, ou seja, nem os meninos estão protegidos nas igrejas, etc.).

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Certamente, a pressão é grande, todos sabem que governar com esse congresso nacional repleto de machistas oriundos de igrejas não é fácil. E o cálculo sobre votos de igrejas faz parte do jogo do poder hoje. Tudo isso nos faz compreender a situação, mas não da para deixar passar.

É provável também que Lula tenha achado melhor aprovar essa lei contraditória do que não aprovar nada. Ele deve ter ficado entre a cruz e a caldeirinha, lugar onde as mulheres sempre são colocadas no patriarcado e agora também – mais uma vez - por essa lei! Que confusão!

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Fato é que, aprovar uma lei que prevê uma exceção dessas, coloca a lei em contradição e produz um efeito alucinante: a exceção que desprotege as mulheres dentro das igrejas isenta, senão autoriza, o assédio e a importação sexual que em outros lugares é crime !!!

Sugestão que a própria lei contém: mulheres, fujam das igrejas e aproveitem a vida nos bares e shows! Divertir-se torna-se seguro, rezar não!

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Nos resta discutir se tudo isso é cinismo ou se é a verdade que salva!

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