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Alex Saratt

Alex Saratt, professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS e dirigente sindical do Cpers/Sindicato.

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Abrir escolas, não!

Insistir no funcionamento escolar sem garantir que seus profissionais estejam imunizados representa mandar para o matadouro os sujeitos mais vulneráveis e lembra a opção dos ditos partidos socialistas que, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, incentivaram a classe operária à guerra em defesa dos interesses imperialistas!

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
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A escola cumpre uma função social que extrapola o ensino e aprendizagem. A concepção de educação progressista envolve transformar o espaço e ambiente escolar e as suas respectivas relações humanas em algo mais complexo e abrangente, indicando inclusive numa polivalência e multifacetação que requer uma estrutura melhor formatada e articulada com outros serviços e políticas públicas - quando falamos, por óbvio, de estabelecimentos ensino estatais.

A ocorrência aguda da pandemia do coronavírus, potencializada por uma série de omissões, negligências, sabotagens, desinformações e incompetências que resultaram no trágico número de 250 mil mortes, não pode ser minimizada ou subestimada. Aliás, sobre isso aparece uma tendência e discurso que pretende responsabilizar a população pelos dados macabros, muito embora qualquer observador inteligente e honesto saiba que a mortandade foi incentivada por questões subjetivas - negacionismo - e objetivas - insuficiência de recursos e ações que protegessem a vida, desde medidas rigorosas de fiscalização até o subsídio monetário que permite o isolamento social das pessoas.

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Não é justo e lícito concordar que escolas não são depósitos de crianças, adolescentes e jovens, porém postular sua abertura por conta do papel social que cumprem para além da educação do público que a frequenta. É o artifício do "mas": isso devia ser "assim", mas acaba por ser "assado", então naturalizemos o desvio e a hipertrofia. Insistir no funcionamento escolar sem garantir que seus profissionais estejam imunizados representa mandar para o matadouro os sujeitos mais vulneráveis e lembra a opção dos ditos partidos socialistas que, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, incentivaram a classe operária à guerra em defesa dos interesses imperialistas!

A Direita - neoliberal ou fascista, não raro ambas - obrigar os trabalhadores em educação, e de lambuja, os trabalhadores em geral, abrir escolas e pôr as vidas em risco é parte do processo genocida do Capital contra o povo, até aí nenhuma novidade. Entretanto, a Esquerda responsável e classista não pode - sob hipótese alguma - dar acordo a essa diretriz que simplifica a realidade e contribuí para a consolidação da necropolítica - expressão particular e perversa da luta de classes atual.

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A resistência da Educação - único espaço que conseguiu minimamente adotar medidas concretas e eficazes contra a proliferação da COVID - deveria ser modelo e exemplo para outras ações do mesmo teor e envergadura. O direito à vida - bem mais precioso em qualquer contrato social - é inegociável e deve ser a máxima, o centro, a prioridade.

Garantir por outros mecanismos políticos e governamentais para que o povo tenha o atendimento às suas necessidades - vacinação, auxílios de natureza diversa, garantia de emprego, ampliação do transporte público, fiscalização rigorosa nos estabelecimentos comerciais industriais, horário de funcionamento reduzido nas atividades econômicas, liberação de recursos para saúde, etc - é o caminho para, ainda que tardiamente, combatermos a COVID e reduzirmos as curvas de contágio, adoecimento e óbito.

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Conforme fora destacado no início da pandemia, nunca a ação estatal teve tamanha importância na resolução de um problema de âmbito social. Ou as oposições e os movimentos nascidos na sociedade civil impõe suas reivindicações e se organizam como o "locus" de discussão, decisão e aplicação de medidas verdadeiras para enfrentar a pandemia ou logo mais estaremos contabilizando o meio milhão de vítimas sem nenhuma perspectiva de desfecho.

Arredar o pé significa sucumbir a lógica que nos trouxe até aqui, não superá-la, eis o fato. Vacina, auxílio, assumir o caráter de calamidade pública, cuidar e salvar agora para recuperar depois, defender a vida, são nossos princípios, orientações e finalidades. A escola e os educadores hoje ensinam algo que não está dentro de suas paredes, tampouco em um livro didático: resistir e lutar pelo que é justo e jamais fazer da vida uma moeda de troca. A derrota do fascismo e do neoliberalismo está ligada a seu desmascaramento e denúncia. Do contrário, é indiretamente, dar-lhe razão.

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#VacinaParaTodos

#AuxílioSim

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#ForaBolsonaro

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