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Mario Vitor Santos

Mario Vitor Santos é jornalista. É colunista do 247 e apresentador da TV 247. Foi ombudsman da Folha e do portal iG, secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasilia da Folha.

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Ao denunciar os crimes de Israel na Palestina, Lula preenche imenso vácuo moral do planeta e tenta evitar massacre em Rafah

'Lula talvez tenha conseguido adiar ou minorar o banho de sangue que Israel está a ponto de desencadear sobre Rafah', escreve o colunista Mario Vitor Santos

Lula e Benjamin Netanyahu (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Reuters/Ronen Zvulun/Pool)
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A declaração de Lula, comparando o massacre de Israel contra os palestinos em Gaza ao Holocausto, foi um tapa na cara da hipocrisia mundial diante do que está em jogo neste momento.

Boa parte do mundo, praticamente todos os governantes, está se comportando de maneira equivalente àquela que permitiu o holocausto. Lula rompeu o círculo da tolerância.

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É preciso lembrar que ao fazer a declaração, Lula estava em meio a uma reflexão justamente sobre isso: a necessidade de "deixar de ser pequeno" em relação ao massacre dos palestinos. Fez uma consideração de natureza ética sobre as responsabilidades de cada um. Pensou que essa obrigação recaía primordialmente sobre os estadistas, a quem não cabe "ser pequeno". Como um estadista digno do nome, decidiu se posicionar de maneira forte, corajosa, rompendo a covardia, expressando o que tantos, inclusive os que hipocritamente o criticam pensam, mas não falam.

Ao fazer isso, tocou numa questão fundamental: como quem foi tão perseguido pode permitir fazer o mesmo com outro povo  e ainda usar essa mesma perseguição sofrida como justificativa para usar métodos igualmente cruéis contra inocentes?

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A reação do premiê Benjamin Netanyahu mostra que Lula explodiu o âmago da narrativa israelense, essa licença para o extermínio que o estado judeu concede a si mesmo.

Em sua fala, Lula estava pedindo contenção, o que não era novo. Sabia que os ouvidos dos que mandam no conflito estavam fechados.

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Lula foi grande ao usar sua fala presidencial para correr riscos, romper as rotinas improdutivas, as miudezas e conveniências inócuas dos pequenos, complacentes e demagogos. Em seu terceiro mandato, aos 78 anos,  parece que Lula não acha que tem tempo de perder a viagem.

A declaração cirúrgica disparou o ritual de críticas dos comentaristas da mídia de direita, desejosos de controlar o que o presidente do Brasil pode ou não dizer. A fala de Lula expõe afinal a cumplicidade desses cortesãos de Washington com os crimes de Israel.

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Lula percebeu e preencheu um imenso vácuo moral e político. Diante de tanta omissão, ergueu-se como a corajosa liderança internacional disposta a repudiar sem meias palavras o genocídio em Gaza. Pode ter que pagar um preço, é do jogo, mas talvez tenha conseguido com sua coragem adiar ou minorar o banho de sangue que Israel está a ponto de desencadear sobre a indefesa Rafah. Já terá valido a pena. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

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