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Michel Zaidan

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Balanço do primeiro ano do governo Lula

Existe como que uma sensação de que há um governo paralelo empenhado em sabotar sempre a agenda política de Lula

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Eleito em meio a uma profunda divisão política no Brasil , alimentada por setores  golpistas e religiosos fundamentalistas,  o governo Lula ainda teve de arrostar com a falta de maioria parlamentar no Congresso. A República brasileira parece enfrentar dois grandes desafios: preservar  a autoridade da Suprema Corte dos ataques da horda bolsonarista e garantir a aprovação dos projetos estratégicos do Executivo, seja na área fiscal, ambiental ou social. 

Apesar das inúmeras concessões feitas pelo governo ao chamado Centrão e  outros pequenos partidos  através de emendas e cargos na administração federal, ninguém duvida de que há uma frágil governabilidade que se vê ameaçada a cada votação. O que exige do governo  negociações muito delicadas. Existe como que uma sensação de que há um governo paralelo empenhado em sabotar sempre a agenda política de Lula. 

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Os derrotados na eleição passada nunca se conformaram com a derrota e sonham em trazer de volta Bolsonaro ao poder. A própria mídia reluta em reconhecer em bom som as conquistas desse primeiro ano: a queda do desemprego, a queda da inflação,   a queda do desmatamento , o crescimento modesto do PIB, etc. Prefere explorar as declarações de Lula sobre a dificuldade de atingir  a meta fiscal, a ingerência política na Petrobras, as brigas com o BC em razão da alta taxa de juros, o não apoio à Ucrânia e as críticas à carnificina na faixa de Gaza.

Por isso, Lula deu prioridade à política externa independente, multilateral, pacifista e pró-ativa. Neste quesito  o governo tem se saído melhor, sobretudo na questão ambiental e na preservação  das florestas  tropicais. Disse ele que no ambiente externo suas propostas não estão sujeitas às barganhas mesquinhas do Congresso Nacional. E sua imagem de estadista é muito mais respeitada do que internamente. Essa dualidade de poderes vai ser a principal questão a ser enfrentada por Lula até o fim de seu governo.

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Além da oposição sistemática do PL, comandado por Bolsonaro  há também as chantagens do Centrão de Arthur Lira. Infelizmente não será fácil fazer aprovar os projetos de lei do interesse do Executivo, sem um imenso balcão de negócios.  Que pelo menos as concessões não atinjam o núcleo duro da gestão petista:  Saúde, Educação , Fazenda, Planejamento, política indigenista e ambiental, etc. 

No Brasil, nunca se deveria falar em  governo de coalizão, mas governo de cooptação, de compra e venda ou aluguel. Não pode haver presidencialismo de coalizão onde não há partidos institucionalizados e programáticos. O que nós temos são legendas de aluguel, guarda-chuvas, frentes multicolores e partidos ônibus, onde cabe todo mundo. Enfim, este é o país que nós temos e vivemos.

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Não adianta sonhar com a Suécia ou adotar sua constituição. Aqui  como já se disse é a dialética da feijoada, da malandragem ou da malandragem pragmática.

PS. A palavra governabilidade é longa e chata, mas é o calcanhar de Aquiles de um regime presidencialista multipartidário, sem amortecedores institucionais quando as crises estouram e respingam inevitavelmente no Executivo.

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