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Lais Gouveia

Mineira, jornalista e ativista da mídia livre

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Bananinha me obrigou a lembrar da minha 1ª professora de história, a “senhora racista”

"O negrinho faltou? que bom, aproveito para dar um recadinho: cuidado com esse moleque, gente perigosa, mora no morro. Evitem esse menino”, disse a professora

Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução/Instagram)
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Ninguém nasce racista, mas alguns se contaminam ao longo da vida num fétido pantano corroido pelo líquido que vazou em Chernobyl. Relato aqui o meu primeiro contato com tal aberração. Sim! com uma professora de história 

O episódio do Bananinha relacionando a visita de Flávio Dino no complexo da Maré com um ato cordial aos bandidos, inclusive mais uma vez relacionando de forma absurda o CPX (abreviação para complexo, termo inclusive usado pelos policiais) ao tráfico, me fez lembrar da minha primeira professora de história, a “Amaruza” (nome fictício). 

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Bananinha poderia até ser um legítimo filho de Amaruza. O mais querido, sem dúvidas.

Nascida numa família progressista, não tive contato com ações racistas até conhecê-la, por volta dos 10 anos de idade, no colégio público dos anos 90. Salve-se quem puder. Que loucura. 

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Amaruza normalmente já possuía um ódio por crianças, mas em especial por crianças negras. E eu nunca mais vou esquecer do Evaristo (nome fictício) por conta desse episódio em questão. 

Evaristo não participava das aulas, dormia muito. Com seu material escolar e uniforme carcomido, era visível que vivia em condições vulneráveis. Criança, pensava que o sono dele era por pura preguiça, hoje, eu entendo que a vida pode pregar peças muito mais cruéis do que uma noite mal dormida.

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Um dia Evaristo não foi à aula. Algo que não era nenhuma novidade. Amaruza aproveitou a situação para esbravejar, bem alto:  

“O negrinho faltou hoje? que bom, aproveito para dar um recadinho: cuidado com esse moleque, gente perigosa, mora no morro. Evitem esse menino”. 

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Eu não me lembro exatamente o que eu fiz com a informação, até porque com 26 anos me separa dessa criança. Mas me recordo da minha mãe enfurecida indo ao colégio brigar com ela. 

Bananinha me obrigou a lembrar do meu primeiro contato com o racismo. E o Flávio Dino, que já anunciou que irá enquadrá-lo na Justiça, me faz lembrar que não vivemos mais na escravidao. É para isso que eu fiz o L!

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