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Heraldo Campos

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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Clivagenzinha, fraturazinha, rachadinha, rupturazinha

Presidente Jair Bolsonaro 11/07/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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“Não me venha com chorumelas”, dizia o saudoso personagem “Pedro Pedreira”, vivido pelo também saudoso Francisco Milani da “Escolinha do Professor Raimundo” (do Chico Anysio), passada na TV nos anos 90 do ultimo século.

Em outras palavras, não me venha com lamúrias, não me venha com lengalengas, não me venha com algo de pouco valor, não me venha com pequenas coisas é o tal do “Não me venha com chorumelas”.

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E parece que é exatamente isso que estamos levando para casa no dia a dia: “chorumelas”.

Até quando isso vai durar?

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Vejamos alguns pontos ou propriedades físicas dos materiais (e dos minerais), segundo o bom e velho “Aurélio”, e se merecem o diminutivo ao fazermos uma analogia e uma comparação com algumas situações da política nacional.

Clivagem é a “propriedade que têm certos cristais de se fragmentar segundo determinados planos, que sempre são faces possíveis do mesmo cristal”.

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O presidente da república e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública são faces do mesmo cristal. O cristal da direita fascista que assumiu o poder em janeiro de 2019, numa eleição marcada pelas redes antissociais atuando na escuridão e na esteira do impeachment da presidente Dilma, ou seja, um verdadeiro golpe articulado e bancado pela grande mídia familiar, os políticos conservadores e, porque não dizer, pelo crime organizado.

Clivagenzinha foi a fragmentação nesse governo fascista, com a separação do presidente da República do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, que estão mais preocupados com suas candidaturas em 2022. Essa dupla está pouco se lixando para um país que vive a pandemia do coronavírus. Conversa para boi dormir. Lá na frente todos se juntam, de novo, para surrupiarem, mais uma vez, o povo e a nação brasileira.

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Fratura é a “superfície que se obtém pela ruptura de um mineral numa direção diferente da de clivagem”.

Fraturazinha foi a ruptura que aconteceu no Congresso Nacional, junto aos partidos de centro e de centro-direita, para que esse tipo de “delação premiada”, praticada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública contra seu ex-amigo de fé e irmão camarada, o presidente da República, pudesse ter um efeito prático e imediato como, por exemplo, a abertura do processo de impeachment. Se o caminho do impeachment é a maneira mais tradicional nesses casos de delação e, de certa forma, mais conhecido da população, com esses parlamentares e seus interesses nada patrióticos, pode-se tirar o cavalinho da chuva porque dificilmente vai rolar alguma coisa que preste. 

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Racha é a “abertura de coisa rachada; rachadura, rachão, fenda, greta”.

Rachadinha foi a prática dos membros da “famiglia” do presidente da República, ao longo da história recente do país, que foi abrindo fendas para a entrada das milícias e do crime organizado nas ações para ocupação de territórios, primeiramente, no Estado do Rio de Janeiro e, pela técnica desenvolvida, acabou se espalhando para outros estados da nação. Como de fato nada aconteceu de fato até agora, a “famiglia” deita e rola nas dependências de que se apoderaram no Planalto Central. De rachadinha eles entendem bem e são profissionais.

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Ruptura é o “ato ou feito de romper (-se); rompimento”.

Rupturazinha é o que parece que as esquerdas, as forças democráticas, as forças progressistas, a sociedade civil organizada e a grande massa do povo desorganizado vêm fazendo até agora contra esse governo fascista. As diferenças político-partidárias das lideranças, em defesa da democracia, não podem subir no palanque e nos deixar sem um norte. Em que se pese a quarentena contra o coronavírus, que nos obriga a bater panelas confinados em nossas casas para protestar contra o presidente da República e seus associados, uma hora vamos ter que ir para as ruas (e nos arriscarmos) e munidos com máscaras, com os dizeres: “Fora Bolsonaros!”.

A ruptura, o rompimento definitivo, uma hora tem que acontecer e não pode ser a meia boca. 

“Não me venha com chorumelas”!

Seria sonhar demais com a cassação da chapa presidencial militar eleita, com uma reforma política já, via Congresso, com cláusula de barreira para os partidos, mandatos de cinco anos, sem reeleição, em uma eleição geral para todos os cargos eletivos, coincidindo, ainda, com o calendário eleitoral de 2020?

Está passando da hora de avançar! 

“Se o inimigo avança, a gente recua. Se o inimigo estaciona, a gente fustiga. E se o inimigo recua, a gente avança.” (Mao Tse Tung).

Nota

Crônica publicada no blog do Cacá Medeiros Filho http://cacamedeirosfilho.blogspot.com em 03/04/2020 por entender, naquele momento, que o ocorria era uma clivagenzinha e que agora parece se confirmar. 

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