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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Cristina, mulher-isca da Zelotes

O caso de Cristina Mautoni Marcondes Machado, mulher de Mauro Marcondes, lobista que atuava para as montadoras de veículos e é investigado na Operação Zelotes, "começa a despertar a atenção dos movimentos feministas. São fortes as evidências de que ela está presa porque é mulher de um acusado, de que sua condição de esposa é usada para forçá-lo a fazer a delação premiada", afirma Tereza Cruvinel

O caso de Cristina Mautoni Marcondes Machado, mulher de Mauro Marcondes, lobista que atuava para as montadoras de veículos e é investigado na Operação Zelotes, "começa a despertar a atenção dos movimentos feministas. São fortes as evidências de que ela está presa porque é mulher de um acusado, de que sua condição de esposa é usada para forçá-lo a fazer a delação premiada", afirma Tereza Cruvinel (Foto: Tereza Cruvinel)
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Cristina Mautoni Marcondes Machado está presa preventivamente desde 26 de outubro por “ameaça à ordem pública”. Na empresa Mautoni&Marcondes, investigada pela Operação Zelotes, ela figurava como sócia do marido Mauro Marcondes e cuidava da rotina administrativa. Não é segredo que, com sua prisão, o comando da Zelotes quer forçar seu marido a fechar um acordo de delação premiada, na qual talvez comprometa o filho do ex-presidente Lula, Luiz Cláudio, que recebeu recursos da empresa por alegados serviços de marketing esportivo.

Tenha o marido culpa ou não, usar a mulher para arrancar sua confissão é algo quase medieval, mas nestes tempos estranhos tudo vai nos parecendo natural. Cristina, que tem mais de 50 anos, recuperava-se de uma cirurgia quando foi presa. Deixaram que cumprisse os dez dias de repouso em casa e depois a levaram para a cadeia. Como o marido também está preso, a filha temporã do casal ficou aos cuidados de terceiros.

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Não faz sentido também que ela tenha sido presa no final de outubro com base em documentos, principalmente e-mails, que a Polícia Federal colheu em sua casa numa busca e apreensão realizada sete meses antes, em março. Em maio, ela prestou dois depoimentos comparecendo por meios próprios à Polícia Federal, sem necessidade de coação. Se foram apurados indícios de que ela representava perigo à ordem pública, as autoridades foram no mínimo negligentes ao esperarem sete meses para prendê-la.

Segundo parentes, quando foi presa, Cristina passou por todo tipo de constrangimento e humilhações. Respondeu a um longo interrogatório que conteve 112 perguntas. Embora não exista base legal para que alguém seja preso, cautelarmente, com o fim de estimular sua própria confissão ou a de parentes, a defesa de Cristina não tem dúvida de que isso é que motiva sua prisão. Ela se tornou uma mulher-isca.

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Na verdade, quando fez a busca e apreensão de março, a Polícia Federal buscava elementos sobre o esquema criminoso do CARF, onde eram vendidas sentenças para livrar grandes empresas de multas e impostos. A “conveniência” de sua prisão surgiu quando a Zelotes desviou seu foco para a suposta compra de Medidas Provisórias destinadas a beneficiar montadoras como a MMC e a Caoa. Ou seja, quando o governo Lula entrou na roda.

Os e-mails que justificam sua prisão foram trocados entre seu marido e outras figuras investigadas. Ela é apenas citada, mas sua prisão foi justificada em função de suposta “habilidade criminosa”.

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O caso de Cristina começa a despertar a atenção dos movimentos feministas. São fortes as evidências de que ela está presa porque é mulher de um acusado, de que sua condição de esposa é usada para forçá-lo a fazer a delação premiada. O Comitê Nacional de Prevenção e Combate à tortura, preocupado com o alarmente crescimento do encarceramento feminino no Brasil, lançou uma campanha pedindo à presidente Dilma que conceda indulto natalino a mulheres presas em situação irregular. Cristina é candidata à lista.

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