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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

205 artigos

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Desumana, abjeta, absurda

Estas foram as palavras da deputada Samia Bomfim para descrever a situação criada por Benjamin Natanyahu

Casas e edifícios destruídos em ataques israelenses, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza (Foto: Reuters/Anas al-Shareef)
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Estas foram as palavras da deputada Samia Bomfim para descrever a situação criada por Benjamin Natanyahu na Faixa de Gaza, na luta contra os palestinos. Ela se referia às considerações de Lula, na Etiópia, quando comparou os crimes lá cometidos com as piores ações humanas desenvolvidas pelos nazistas. 

O clamor da extrema direita em apoio aos pleitos de Tel Aviv, pretende ignorar, por meio de filigranas conceituais, o fato concreto da morte de velhos, mulheres e crianças desarmados, tombando sob bombardeio desigual em termos de conduta bélica, algo que não pode deixar de ferir as normas do direito internacional. Podíamos acrescentar os adjetivos nojenta e genocida - para designar a política de extermínio com que Israel trata os seus interesses na região. Passa por cima de quaisquer outras ponderações morais e se esmera em ferir até a extinção a humanidade ali resistente.  

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O encanto das paixões que a matança provoca aparece nas declarações da Ministra da Igualdade Social e Empoderamento Feminino May Golan, sobre os escombros em Gaza. Saudou-os como feitos históricos. E se afirmou orgulhosa do que os judeus legam ao futuro para os seus netos, enquanto submetem a sua crueldade aos inimigos. A matança, cada vez mais feroz, como não se ignora, gera monstros. Não espanta que esta senhora esteja participando do gabinete de ministros de um facínora que lhe endosse as atitudes. 

No outro lado do mundo, em Brasília, Lula, um homem decente e solidário ao sofrimento, não consegue se calar diante de semelhantes estratégias de guerra. Não gosta do assassínio e prega a paz em nome de um futuro melhor, desprovido da memória deste tipo de herança.  Cabe notar que o episódio das declarações do nosso Presidente e as reações que provocou na extrema direita não espanta aos observadores da historiografia. Já nos habituáramos a deplorar os colonizadores que exterminavam indígenas e escravizaram os negros. 

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Na Europa, eles resolviam suas diferenças, desde a Antiguidade Clássica, eliminando adversários da face do planeta. Lidando com os fios do poder econômico, o governo posto em Tel Aviv tem consciência de que pode chegar longe nos seus delírios, sem se incomodar com um país como o Brasil. Por meio de seu Chanceler, desrespeita as sutilezas da diplomacia e acirra desentendimentos, hostilizando nosso embaixador. Pedido de desculpas para esta gente? Nem pensar! Estaríamos nos posicionando contra a nossa dignidade e traindo a confiança dos palestinos no lado certo da História. No ponto final nas curvas do destino, a dignidade sempre vence, basta um rápido exame nas crônicas do passado e veremos como e onde podemos verdadeiramente nos orgulhar ou nos arrepender das nossas realizações. 

 Depois da II Guerra Mundial, é falso pensar que os judeus criaram uma pátria. Trata-se de verdade apenas relativa. Muitos permaneceram em suas nações de adoção, lutando por elas e criando através de seus meios de pesquisa e cultura. Quem vive estimulado pela noção de matança esquece às vezes os benefícios da paz. É certo que nós, humanos, muitas vezes nos afirmamos pela maldade. Ao mesmo tempo, que cansaço! Afinal, fundamos as Nações Unidas com a esperança de não repetir erros. Se servem para alguma coisa, as Leis do Direito Internacional, com apoio global, devem estimular o entendimento. Falcões que procurem carniça onde o Diabo gosta!

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