Economia política do emprego e renda
O cassino financeiro da especulação não é compatível com uma política sadia de geração de emprego
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Há um ramo específico da economia que trata diretamente da questão do emprego e renda do trabalhador. A UNICAMP e a UFRJ dispõem de centros especializados nesse tema. O da UNICAMP é o CESIT de onde, aliás,saíram grandes especialistas para a gestão pública. Esse ramo depende naturalmente da Macroeconomia, da política econômica e financeira, pois suas decisões afetam a oferta de emprego, a renda do emprego etc.
As inovações tecnológicas também têm uma importância crucial na manutenção e qualidade do trabalho. Os alarmistas falam em fim do emprego e sua substituição pelas máquinas provenientes da chamada revolução 4.0, da Inteligência Artificial, do teletrabalho, extinguindo o operário do chão de fábrica. Além da qual, abundam os terceirizados, quarteirizados etc. Praticamente formando um mercado dual de trabalho.
Outros dizem que não existe mais uma macroeconomia do emprego, do pleno emprego, mas ajustes pontuais no funcionamento inadequado do mercado de trabalho. Daí avulta as panaceias do autoemprego, do empreendedorismo, dos pequenos negócios etc. Panaceias que não substituem políticas sistemáticas de geração de emprego e renda, incompatíveis com um patamar muito alto da taxa básica de juros que remuneram os títulos da dívida pública. O cassino financeiro da especulação não é compatível com uma política sadia de geração de emprego. É preciso que haja crescimento econômico para que haja emprego. Naturalmente que apostar na especulação financeira e na precarização do trabalho deixa pouca saída para a geração de vagas.
Mas como não há como fechar os olhos para a precarização e falta de proteção jurídica aos trabalhadores, é preciso buscar alternativas para esse imenso contingente de trabalhadores, quais sejam - renda mínima universal e qualificação profissional, que habilite o trabalhador a se abrir para as inovações, aprender a aprender, reinventar o ofício. Esse seria um escopo abrangente e digno de uma política governamental que enfrentasse essa crise.
O mercado aposta nessa barbárie para aumentar seus lucros. Os especuladores não estão nem aí. Mas o governo não deve ser uma mera extensão dos interesses econômicos. E deve se incumbir de promover essas medidas, além de combater a especulação financeira, com estímulos ao crescimento econômico. Se não há como evitar o desemprego estrutural, pelo menos se pense na proteção dos trabalhadores atingidos pela precarização.
Esse é o desafio do novo Direito do Trabalho. Se criticamos o trabalho formal como *livre e subordinado *, temos que pensar o que fazer com o informal e desamparado juridicamente. Até um dia extinguirmos a corveia do salariato.
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