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Michel Zaidan

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Economia política do emprego e renda

O cassino financeiro da especulação não é compatível com uma política sadia de geração de emprego

(Foto: Reuters)

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Há  um ramo específico da economia que trata diretamente da questão do emprego e renda do trabalhador.  A UNICAMP e a UFRJ  dispõem  de centros especializados nesse tema. O da UNICAMP é  o CESIT de onde, aliás,saíram grandes especialistas para a gestão  pública. Esse ramo depende naturalmente  da Macroeconomia, da política econômica e financeira, pois suas decisões  afetam a  oferta de emprego, a renda do emprego etc. 

As inovações  tecnológicas também têm uma importância  crucial na manutenção  e qualidade  do trabalho. Os alarmistas falam em fim do emprego e sua substituição pelas máquinas  provenientes da chamada revolução 4.0, da Inteligência  Artificial, do teletrabalho, extinguindo o operário do chão  de fábrica.  Além  da qual, abundam os terceirizados, quarteirizados etc. Praticamente  formando um mercado dual de trabalho. 

Outros dizem que não existe mais uma macroeconomia do emprego, do pleno emprego, mas ajustes pontuais no  funcionamento  inadequado do mercado de trabalho. Daí avulta as panaceias  do autoemprego, do empreendedorismo, dos pequenos negócios  etc. Panaceias que não substituem políticas sistemáticas de geração de emprego e renda, incompatíveis com um patamar muito alto da taxa básica de juros  que remuneram os títulos da dívida pública. O cassino financeiro da especulação não é  compatível com uma política  sadia de geração de emprego. É preciso que haja crescimento econômico para que haja emprego. Naturalmente  que apostar na especulação financeira  e na  precarização do trabalho  deixa pouca saída para a geração  de vagas.

Mas como não há como fechar os olhos para a precarização e falta de proteção jurídica aos trabalhadores, é  preciso buscar alternativas  para esse imenso contingente  de trabalhadores, quais sejam - renda mínima universal e qualificação  profissional,  que habilite o trabalhador  a se abrir para as  inovações,  aprender  a aprender, reinventar o ofício.  Esse seria um escopo abrangente e digno de uma política  governamental que enfrentasse essa  crise. 

O mercado aposta nessa barbárie  para aumentar  seus lucros. Os especuladores não estão nem aí. Mas o governo  não deve ser uma mera extensão  dos interesses econômicos. E deve se incumbir de promover essas medidas, além de combater a especulação   financeira,  com estímulos  ao crescimento  econômico. Se  não há como evitar o desemprego  estrutural, pelo menos se pense na proteção  dos trabalhadores  atingidos pela precarização.  

Esse é  o desafio  do novo Direito do Trabalho. Se criticamos o trabalho formal como *livre e subordinado *, temos que pensar o que fazer com o informal  e desamparado  juridicamente. Até um dia extinguirmos a corveia  do salariato. 

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