Miguel do Rosário avatar

Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

337 artigos

HOME > blog

Freixo cresce 4 pontos na espontânea do Datafolha e ganha mais peso gravitacional

"Freixo é um candidato competitivo e a pesquisa Datafolha apresenta mais razões para se cogitar que ele tem chances reais de vencer as eleições do Rio"

Marcelo Freixo (Foto: Twitter/Marcelo Freixo)

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Miguel do Rosário 

(Publicado no blog O Cafezinho)

O Datafolha trouxe dois números extremamente positivos para a campanha de Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo do Rio.

O primeiro foi seu avanço de 4 pontos na pesquisa espontânea, aquela onde o eleitor não é apresentado previamente a nenhum nome, e precisa portanto dizer espontaneamente em quem ele deseja votar. É considerado não apenas um voto mais decidido, como também o mais importante sinal de engajamento do eleitor.

Segundo a pesquisa, Freixo tem hoje 15% na espontânea. É um número muito elevado e promissor para um candidato ao governo.

Para se ter uma ideia, o deputado Capitão Wagner (União), que lidera as pesquisas no Ceará, tem exatamente 15% na espontânea, segundo pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira 1 de setembro. Roberto Claudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT), que disputam o segundo lugar no estado, empatam ambos com 11%.

Fernando Haddad (PT), que também lidera, de maneira isolada, a pesquisa Datafolha para o governo de São Paulo, divulgada ontem, tem 17% na espontânea. Tarcísio Freitas (PL), o candidato de Bolsonaro, que vem crescendo rapidamente, tem 13% na espontânea.

Os 15% de Freixo, portanto, são uma marca a ser comemorada pelo candidato, porque representam uma largada fortíssima nesse início de campanha eleitoral. Esse percentual significa que o candidato está ganhando rapidamente mais peso gravitacional, ou seja, mais capacidade para atrair eleitores. É um processo talvez um pouco mais lento do que o de Claudio Castro, que tem a máquina na mão e está fazendo uma campanha pesadamente fisiológica. Mas é também um crescimento firme, como se vê pelo avanço considerável na espontânea.

O seu adversário, o governador Claudio Castro (Republicanos), tem 17% na espontânea, o que constitui um empate técnico com Freixo.

Com apenas 2% na espontânea, Rodrigo Neves (PDT) não conseguiu decolar mesmo após debates e sabatinas na TV, início da propaganda eleitoral e apoio do prefeito Eduardo Paes.

grafico1

O outro número positivo para Freixo é que Lula cresceu no Rio de Janeiro, ainda segundo o Datafolha divulgado ontem. Lula oscilou para baixo em Minas Gerais e São Paulo, mas avançou um ponto no Rio, e se manteve à frente de Bolsonaro, com 42% X 36%.

Como a eleição no Rio de Janeiro terá, com certeza, um segundo turno disputado, a força de Lula no estado será fundamental para uma eventual vitória de Marcelo Freixo.

gráfico2


Claudio Castro vem se beneficiando de um fator muito comum nos meses que antecedem eleições, que é essa euforia momentânea e artificial criada a partir de um aumento desproporcoinal e eleitoreiro das despesas estatais.

A injeção bilionária de recursos na economia, por Bolsonaro, Claudio Castro e prefeitos aliados, gera uma sensação de conforto que dificulta a criação do “sentimento de oposição”, o qual é o combustível necessário para que candidatos de oposição mobilizem o eleitorado.

Mas só dificulta, o que é diferente de paralisar. As agruras econômicas e sociais da população fluminense são terríveis. Conforme o eleitorado se dedicar a refletir mais atentamente sobre a sucessão no Palácio Guanabara, a lógica política o levará a olhar para o principal candidato de oposição, Marcelo Freixo.

O único número realmente negativo para Freixo, no Datafolha divulgado ontem, é a simulação de segundo turno. Na pesquisa anterior, Freixo estava à frente. Na pesquisa de agora, Castro lidera com 44% X 37%. Mas esses 7 pontos de vantagem de Castro, além de não serem grande coisa, não são estáveis. Basta compará-los com os votos espontâneos.

Na pesquisa nacional para presidente do Datafolha, por exemplo, Lula tem 40% na espontânea, contra 29% de Bolsonaro. É um cenário muito mais consolidado, e que se refletirá numa simulação de segundo turno mais realista.

No Rio de Janeiro, o jogo está mais instável, e por isso os números de segundo turno são mais difíceis de apurar. Por isso a importância de olhar mais detidamente sobre os votos espontâneos.

Na votação estimulada, Freixo também cresceu, 3 pontos, passando de 23% para 26%. Na margem de erro, segue em empate técnico com Cláudio Castro, que passou para 31%.

Rodrigo Neves corre num páreo distante, com 7% e os outros candidatos começaram a declinar.

gráfico3


Conclusão

Podemos esperar fortes emoções nessa reta final da disputa pelo Palácio Guanabara. Freixo tem a vantagem de ter apoio de Lula e um núcleo de militantes jovem, instruído e engajado, que poderá fazer a diferença ao longo das próximas semanas.

Freixo conduz uma campanha altamente profissional. Tem um bom tempo de televisão. É um candidato ainda jovem, mas com muita experiência para sabatinas e debates. Segundo o índice de popularidade da Quaest, divulgado pela Folha há alguns dias, o deputado ultrapassou Claudio Castro nas redes e está em ascensão.

grafico4


É preciso considerar ainda que esse índice é provavelmente distorcido pela presença de algoritmos artificiais, provocados por engajamento pago pelas campanhas. Quando se olha para o número de seguidores de Freixo e para o engajamento orgânico de suas postagens, não há comparação com nenhum outro candidato. Freixo é muito mais forte.

Em suma, Freixo é um candidato competitivo e a pesquisa Datafolha de ontem apresenta mais razões para se cogitar que ele tem chances reais de vencer as eleições para o governo do Rio.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: