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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Lula expôs luta de classes na Palestina e seu reflexo na disputa eleitoral no Brasil e no mundo em 2024

Lula se expõe, mundialmente, como representante dos palestinos ao defendê-los, no seu giro no Oriente Médio e na África

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS)

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O presidente Lula, no Oriente Médio e na África, expôs-se como líder internacional dos trabalhadores ao evidenciar que na Palestina o que ocorre é a velha luta de classes, pobres x ricos, expressa na aliança dos ricos Estados Unidos-Israel contra os palestinos socialmente excluídos pelo imperialismo sionista anexionista; tal disputa, por sua vez, está na base da luta política que se desenrola explicitamente em tempo eleitoral nos países da periferia capitalista onde o poder é dominado pela minoria rica diante da maioria pobre, cujo representante histórico no Brasil é Lula.

Há por parte de Israel e do seu apoiador tácito, os Estados Unidos, um ataque simultâneo tanto à propriedade pública como à privada do povo palestino, sem forças de defesa para proteger seus interesses, nesse ataque explícito do capital imperialista por um território, ainda não considerado estado independente, para ser anexado e colonizado pelo império sionista.

Nada, portanto, mais claro que a caracterização de uma luta de classes, nesse espaço geoeconômico, que renova dramática e brutalmente a exploração imperial como nos velhos tempos para exploração de riquezas dos mais pobres para usufruto dos mais ricos pela força das armas em nítida prática genocida.

Lula, clássico representante das classes trabalhadoras, historicamente, exploradas, coloca-se no centro dos acontecimentos, em escala mundial, ao criticar os imperialistas que resolvem cortar o crédito socorrista da ONU ao povo palestino submetido ao terrorismo sionista, impondo-lhe genocídio pouco diferenciado do que seria holocausto.

HOLOCAUSTO X GENOCÍDIO - Nessa altura do campeonato, holocausto e genocídio não passam de expressões substantivas de um mesmo absurdo histórico – um em curso, outro, passado – em torno de discussão sobre preciosidades monstruosas sem sentido; no fundo, seja genocídio, seja holocausto, o que se vê, claramente, é o massacre covarde do sionismo contra famílias desarmadas, expulsas de suas terras – eis porque a fala de Lula incomodou tanto, embora se forme, até o momento, constrangimento silencioso que condena o silêncio.

O fato é que “Palestina livre”, “Estado palestino”, “Liberdade para Gaza” etc são palavras de ordem a ecoarem pelo mundo afora que se sintonizam com defesa dos mais pobres que estão sendo massacrados pelos ricos, representados, nesse momento, pela união sionista Estados Unidos-Israel, que tem por trás dela os interesses dos mais poderosos que dominam as finanças e a hegemonia do dólar – eis, portanto, em cena a luta de classes.

Não é à toa que o maior inimigo da dupla Israel-EUA é a ONU à qual ambos desejam destruir para que não se forme em torno dela a resistência global de ataque ao genocídio-holocausto sionista.

Se Lula, como aconteceu, semana passada, no Oriente Médio e na África, solta o verbo da periferia capitalista contra o sionismo, expresso na aliança Estados Unidos-Israel, que massacra a Palestina, rasga o que está oculto, isto é, a luta de classes.

LUTA DE CLASSE E CAMPANHA ELEITORAL - Sobretudo, é ela que, na prática, está em evidência no momento em que avança disputa eleitoral, em 2024: lulismo democrático x bolsonarismo aliado do sionismo fascista.

Não adianta os neoliberais argumentarem que luta de classes é coisa do passado, porque, na democracia, como dizem falsamente, o que prevalece é a voz da maioria; o domínio neoliberal está sendo exercido, justamente, para destruir a voz da maioria.

O exemplo maior dessa evidência é o que acontece na França, tida como a pátria da liberdade, onde estourou, em 1789, a Revolução Francesa, a revolução burguesa, que venceria o feudalismo/catolicismo, mas colocaria, no poder, o poder burguês, o poder do dinheiro, o poder da classe rica, que seja no regime parlamentarista, seja presidencialista, vota as leis que representam os interesses não da maioria, mas da minoria capitalista que sufoca os interesses dos trabalhadores.

FARSA DEMOCRÁTICA - Essa é a rotina do momento histórico em que os parlamentos são dominados pela financeirização, responsável pelo empobrecimento progressivo das classes trabalhadoras em escala global, enquanto produz superconcentração da riqueza de uma elite internacional especulativa, essencialmente antidemocrática.

O escândalo político neoliberal na França demonstra que o alvo é destruir a democracia que não representa a maioria, mas a minoria; Emmanuel Macron, presidente francês, representante da banca internacional, assinou decreto super autoritário que destruiu direitos previdenciários assegurados aos franceses pelas conquistas democráticas que foram inauguradas pela Revolução Francesa.

A democracia parlamentar, na Europa, acabou, como diz o sociólogo Vladimir Safatle; o reflexo se espraia pelo mundo: no bolsonarismo fascista brasileiro, o capitão Bolsonaro colocou abaixo as reformas trabalhistas e previdenciárias, mediante arrocho fiscal neoliberal; na Argentina, o fascista Javier Milei faz a mesma coisa, tentando passar por cima do Congresso, da democracia, expressando posição clara do neoliberalismo burguês, contrário às leis democráticas votadas nos parlamentos, onde elas estão sendo eliminadas etc.

Já nos EUA, pátria do capitalismo, sequer existem políticas sociais, onde saúde e educação são privadas, evidenciando o caráter privado do regime de concentração de capital contrário às conquistas democráticas etc

Nada mais claro que quem está sendo derrotada é a democracia no embate da luta de classes, exposta à luz do dia, no âmbito da democracia representativa.

LULA IRRITA O IMPÉRIO - No cenário do massacre genocida de Israel, apoiado pelos americanos, o que se vê são as classes ricas apoiando o assassino Netanyahu, que se irrita com Lula, representante dos trabalhadores, da população mais pobre, porque compara-o a Hitler.

A verdade dói para Netanyahu, expressão das classes ricas, que, no cenário da luta de classes global, tenta fazer comparações esdrúxulas entre holocausto e genocídio para fugir da realidade; não há diferença de qualidade, mas de quantidade na discussão do assunto.

Seis milhões de judeus morreram nas mãos de Hitler, mas 30 mil mortes e 70 mil feridos, em pouco mais de quatro meses, ocorreram graças à política genocida do líder fascista sionista; essencialmente, trata-se de uma coisa só: genocídio, que é produzido pelas classes ricas, anexionistas, sionistas, que tomam terras dos pobres palestinos, com apoio da maior potência econômica da terra, os Estados Unidos, apoiados, por sua vez, por aliados europeus, igualmente, imperialistas, pró-sionismo judaico.

Tudo semelhante ao velho colonialismo.

VOZ DO TRABALHADOR - Lula se expõe, mundialmente, como representante dos palestinos ao defendê-los, no seu giro no Oriente Médio e na África, recebendo apoio dos representantes dos países mais pobres, historicamente, massacrados pelo imperialismo, tanto europeu como americano; fundamentalmente, trata-se da voz dos trabalhadores de todo o mundo.

Em 2024, portanto, Lula ao sair de peito aberto em favor dos pobres, coloca-se, desde já, na disputa eleitoral como representante da classe dos trabalhadores em escala global, quando estará em jogo renovação de mandatos parlamentares nos países capitalistas desenvolvidos como Estados Unidos e União Europeia.

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