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Mario Vitor Santos

Mario Vitor Santos é jornalista. É colunista do 247 e apresentador da TV 247. Foi ombudsman da Folha e do portal iG, secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasilia da Folha.

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Mídia golpista deveria pedir desculpas a Dilma, mas prefere censurar a notícia de sua inocência

"Esses mesmo jornais empenharam-se juntos para uma farsa baseada em notícias falsas e desinformação", escreve Mario Vitor Santos

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Não poderia haver coincidência mais esclarecedora do que o fato de que os quatro mais destacados veículos da mídia conservadora omitiram em suas edições de 21 de agosto a constrangedora (para eles) notícia de que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região absolveu a ex-presidenta  Dilma Rousseff de qualquer ilegalidade no caso das pedaladas fiscais usadas para justificar seu impeachment. O Tribunal de Contas da União já o fizera.

Folha, Globo, Estadão e Valor, veículos que não pouparam a ex-presidenta em centenas de edições omitiramão publicaram nem uma linha em suas edições impressas de hoje a absolvição, que veio a público às 8h da manhã de ontem.

Por que não publicaram? Por que assim juntos, nenhum veículo publicou?

Como pode algo assim? A única explicação possível gira em torno de uma espécie de negação coletiva da informação que incomoda a esses veículos, a seus donos e  seu corpo dirigente. Uma negação a publicar que sugere a permanência de um acordo nas trevas, um acerto que vem de longe.

Esses veículos participaram ou forneceram versões baseadas na existência de pedaladas fiscais ilegais de maneira a pavimentar uma campanha pela retirada do poder de uma presidenta legitimamente eleita, uma mulher comprometida com o desenvolvimento soberano,  com a superação da miséria e da desigualdade.

Esses mesmo jornais empenharam-se juntos para uma farsa baseada em notícias falsas e desinformação. Comprometeram-se com um golpe, "dentro das leis".

O  fundamento maior de sua campanha sabotadora agora virou pó, segundo decisão da Justiça, vale dizer,  extremamente tardia.

O mandato de Dilma foi amputado e não será devolvido, nem seus imensos males, que todos conhecem, reparados. A mídia corporativa liderou uma imensa operação de manipulação da opinião pública. Os veículos deveriam fazer autocrítica de ter se consorciado para um golpe e pedir desculpas pela violação dos direitos da ex-presidenta e dos eleitores. Em vez disso, essa mídia reincide, sequestrando do eleitor o direito até mesmo à notícia mesma que sacramenta que tudo não passou de um golpe que esta mesma mídia patrocinou e que terá lugar de destaque em sua crônica de intervenções contra a democracia é a justiça.

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