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Inez Lemos

Psicanalista e autora de "Berro de Maria", ed. Quixote.

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O beijo do ano

(Foto: Reprodução)
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Muitos devem estar com grande inveja do beijo da noite de ontem. Sob luzes, brilhos e uma multidão calorosa, escarlate, assistimos ao maior gesto de amor que o Brasil jorrou sobre o mundo. Emoção, tesão, carinho, respeito, cumplicidade e muito charme, nada disso  faltou. Poucos casais conseguem beijar de verdade, adentrar a língua na boca do outro como se quisesse sugar sua beleza, admiração - todo  amor que aquele corpo disponibiliza a ele, ela. Amar é vontade de possuir um pedaço do outro, não para dominá-lo, mas para acariciar, enfeitá-lo  com delicadeza, revelar o entusiasmo que a relação lhe proporciona. Alma em êxtase quer se lambuzar de alegria. Lula é uma epifania ambulante, um vulcão de amor e humanidade, impossível contê-lo, seria até pecado. Amar é romper protocolos e se lançar em alto-mar - arriscar o gozo urgente de registrar a condição humana onde viceja gente boa, sangue vermelho da paixão. Paixão pela vida menos perversa, sacana, desumana. Os pais devem ensinar os filhos a amar, muitos se ocupam em ensinar a fazer sexo, não amor. Mario de Andrade em Amar, verbo intransitivo, descreve belamente a importância do amor nas iniciações sexuais quando tudo se decorrerá de forma mais agradável, emocionante. "O amor nasce das excelências interiores". Lula é um homem do seu tempo, quando fazer amor exigia complementos. Trepar é fácil, gozar com todo o corpo é para poucos, demanda abertura abissal. As entranhas participam do ato - uma multidão de afetos vai junto, positivos ou negativos. Devemos lembrar que, por trás do político há um ser e sua subjetividade - marcas identitárias, traumas, e nem todos tratam suas patologias, desvios psíquicos, ressentimentos. Pouco emerge do sujeito e seu subterrâneo.

Lula, ao beijar Janja ontem, beijou o Brasil, nos encheu de amor, carinho e tesão. E confirmou sua vocação pela pulsão de vida, nos distanciando do outro que nos mergulhou numa longa noite banhada pela pulsão de morte. Estávamos precisados. Estávamos nos tornando uma sociedade brochada, perdendo o orgulho de país das grandes emoções, de um povo cheio de bons sentimentos. Que esse beijo toque os corações de muitos e os transformem.

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