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Julian Rodrigues

Professor e jornalista, é militante do PT-SP e ativista dos movimentos LGBT e de Direitos Humanos

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O debate na Band

"Podemos dizer que Lula ganhou por pontos. Não muitos. Foi quase um empate", escreve Julian Rodrigues

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)
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Por Julian Rodrigues 

(Publicado no site A Terra é Redonda)

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Tensão e expectativa no ar. 16 de outubro, 20 hs: o primeiro debate  do segundo turno das eleições presidenciais. Seguindo a tradição, a Band abre a rodada.

Salvo engano, o formato foi o mais flexível já adotado no Brasil –  com os candidatos totalmente à vontade para administrar o tempo de suas  falas, perguntar e responder livremente em cada bloco (com exceção do  segmento reservado às perguntas dos coleguinhas do PIG). Mais parecido  com os debates norte-americanos.

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Candidatos de pé todo o tempo – na frente das bancadas. Por um lado,  dá dinamismo e permite explorar as movimentações corporais livremente.  Por outro, traz momentos de certo constrangimento e até de dispersão do  raciocínio (que câmera olhar? onde colocar os braços? como consultar as  anotações sem ficar com um papel todo amassado nas mãos, do jeito que  fez Jair Bolsonaro o tempo todo?; quando encerrar a resposta? quanto  tempo gastar com a pergunta?).

Para nossa sorte, Lulão é um dos maiores, senão o maior, comunicador  do Brasil. Há 40 anos dedica-se a falar em público e debater. Além do  carisma e oratória, possui raciocínio rápido mais uma memória invejável  (eu, que nem cheguei aos 50, não tenho hoje nem a metade da capacidade  de retenção/manejo de tantos dados quanto a que exibe nosso quase  octogenário pernambucano).

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Jair Bolsonaro também é um bom debatedor. Ao contrário do que nosso  senso comum racionalista-progressista (mais certo preconceito) costuma  considerar. Primeiro porque ele tem ideias claras e as transmite com  convicção. Em segundo lugar, o presidente sabe com quem está falando e  foca seu discurso.

Jair Bolsonaro tem uma forma de se expressar perfeitamente adequada  para esses nossos tempos de redes sociais com total predomínio das  imagens, dos memes, tuítes, simplificações. Ele usa frases curtas (memes  potenciais) enumeradas quase sem nenhum conectivo. Esqueçam tudo que  aprenderam sobre coesão e coerência textual. Seu forte é lançar  ideias-força. Slogans de fácil memorização. Repete-os ad nauseam (“uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”, lembram do Goebbels?).

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Lula cresce quando rememora os crimes do genocida durante a pandemia.  E também toda vez que traz os temas do desemprego, da fome, da  destruição das políticas públicas.

Jair Bolsonaro se defende bem no geral, com mais dificuldade na  questão da pandemia. Todavia ele sempre consegue se dar bem ao trazer à  lume o tema da corrupção.

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Talvez, hoje em dia, esse tipo de debate, ao menos em CNTP (condições  normais de temperatura e pressão) não produza (nem tenha como produzir)  grandes vencedores ou perdedores. Todos jogam pelo empate, buscando  emplacar uma ou outra lacração para tentar bombar nas redes sociais  depois.

Uma coisa que me impressiona particularmente é a resiliência de  Bolsonaro. Com muito menos experiência do que Lula, líder de um governo  desastroso cheio de pontos fracos – mesmo assim o ex-capitão segue como  um forte adversário eleitoral e não abre flancos no debate.

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Tudo bem ponderado, Lula teve mais momentos positivos do que Jair  Bolsonaro. O ex-capitão não trouxe nada de novo ou impactante.  Pareceu-me sem punch. (Aliás, cá entre nós, tudo indica que a principal preocupação do sujeito já é com seu futuro: o que fazer para não ser preso.)

Podemos dizer que Lula ganhou por pontos. Não muitos. Foi um quase um  empate. O petista segue liderando as pesquisas, com 6 pontos de  vantagem. Não é muito.

O “susto” com o crescimento de Jair Bolsonaro na reta final do  primeiro turno deixou todo mundo mais realista e mais engajado. Está  nítido. Não vai ter lavada, a disputa é voto a voto. Nessa mesma vibe, o primeiro debate terminou empatado. O que não serve em nada para Bolsonaro, que é quem está correndo atrás do prejuízo.

Força total agora. Política no comando. Ruas e redes.

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