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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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O gato

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Foram 19 minutos de uma fala incapaz de preencher duas linhas. Manifestação que inspira o silêncio que procede à barbárie. Do que estamos tratando? Da provocação de um deputado federal das hostes nazistas do elemento que ocupa a presidência da República. Na gravação em vídeo, o parlamentar desafiou a pessoa de ministros do Supremo Tribunal e a própria instituição chamando-a de “arcabouço do crime” e de “supreminha”. Alguns magistrados receberam adjetivos específicos que se referiam tanto ao caráter quanto desejo sexual.

Com a aparente serenidade dos torturadores na antessala da execução do serviço, com a urgência só denunciada pela contração em estranho movimento circular dos músculos do peitoral sob a camiseta justa de malha, o deputado evocou o AI-5 na tentativa de criar uma crise institucional. Acabou preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes em flagrante delito inafiançável previsto na Lei de Segurança Nacional por crime de” incitação à animosidade entre as Forças Armadas e o Tribunal, quando o denunciado, fazendo alusão às nefastas consequências que advieram do Ato Institucional nº5, de 13 de dezembro de 1968, entre as quais cita expressamente a cassação de ministros do Supremo, instiga os membros da Corte a prenderem o general Eduardo Villas Bôas, de modo a provocar uma ruptura institucional”, fundamentou o magistrado. A decisão do ministro Alexandre de Moraes foi ratificada por seus pares e o deputado mantido preso com o voto dos 11 que formam o STF.

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Dentre as imagens usadas pelo deputado para esgarçar ainda mais a democracia, que resiste em não se assumir como Estado de exceção, está a do gato. Ele dizia sonhar com a surra, dentre tantas surras, dada com um gato morto em um dos ministros. Na história do nazismo, os animais, pets ou não, eram divididos em criaturas dignas e indignas em correspondência com os seres humanos. Nessa classificação, o gato significava o judeu, o indigno, traiçoeiro, falso e antissocial, porque perseguia os belos pássaros canoros. A partir de 1941, os nazistas baixaram a lei que proibia aos judeus terem animais de estimação. Esses deveriam ser sacrificados ou abandonados a mercê de serem capturados e usados como cobaias dos experimentos genéticos patrocinados pelo Reich.

Sem vacina, com Lei de Segurança nacional, nazista na presidência, e deputado que usa imunidade como impunidade, gato escaldado tem que ficar ligado na água fria do tsunami que vem inundado de destruição o Brasil.

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