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Ricardo Almeida

Consultor em Gestão de Projetos TIC e ativista do movimento Fronteras Culturales

24 artigos

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O homem que não amava o Brasil

Quando menino, o homem que não amava o Brasil tentou fugir dos manuais que os seus pais lhe deixaram de herança moral e psíquica, mas não conseguiu. Ele apanhou muito na infância e na adolescência...

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Ele costumava empostar a voz para que tudo parecesse verdade. Mas, às vezes, era sincero e deixava escapar algumas de suas mentiras e rastros das maracutaias em que se envolvia. Tinha um medo enorme dos cientistas, das mulheres, dos homossexuais, dos povos indígenas e quilombolas, pois via nessas culturas a negação das suas verdades e uma ameaça aos seus devaneios. Como não conseguia amar ninguém, via todos como inimigos a serem abatidos.

Assim como muitos de nós, os seus avós haviam migrado da Europa no final do século 19, junto como milhões de italianos, alemães, polacos e espanhóis empobrecidos. Muitos ganharam terras no Brasil, mas a maioria foi trabalhar em fazendas de café, até migrar para as cidades e se tornar comerciantes, médicos, advogados e/ou favelados. Todos receberam o registro de cidadãos brasileiros em meados do século 20, mas, na verdade verdadeira, poucos se sentiram parte do povo brasileiro.

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Como não gostava de estudar, o malandro gostava de falar dos seus ídolos e decorava bravatas que ouvia na praia, sem fazer o mínimo esforço. Assistindo televisão, aprendeu que os Estados Unidos, e não o exército russo, derrotaram os nazistas na segunda guerra mundial. Para ele, os vírus e os monstros ameaçam dominar o mundo e os super-heróis devem vestir as suas capas para salvar o povo indefeso. O seu Deus é vingativo e, por isso, ele acredita que não existe outra saída para a humanidade que não seja através do uso da força, das armas e da guerra. Como ele enxerga fantasmas por todos os lados, acabou se tornando uma folha que voa conforme o vento e os interesses de outras pessoas. 

Quando menino, o homem que não amava o Brasil tentou fugir dos manuais que os seus pais lhe deixaram de herança moral e psíquica, mas não conseguiu. Ele apanhou muito na infância e na adolescência... E, como não gostava de estudar foi tentar a sorte no exército brasileiro, de onde foi “transferido para a reserva remunerada” por passar o tempo todo brincando de forte apache. Aposentado aos 33 anos, acabou se tornando um político profissional e nunca mais precisou trabalhar na vida.

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Sempre dependeu dos outros e casou mais de uma vez. Criou os filhos com a forte disciplina que havia herdado dos pais. Juntos, ou separados, costumavam repetir frases prontas que desprezavam o povo brasileiro e o próprio Brasil. Por essa e outras, por uma série de razões que somente alguns livros clássicos conseguem explicar, o cara que não amava o Brasil acabou se tornando presidente da República.

Isso poderia ser visto como uma comédia pastelão ou como um faroeste das antigas. Podia ser uma volta ao passado medieval ou à Alemanha nazista, destruída pela cobiça do capital. Uma história de ficção ou um drama de terror psicológico. Ou, quem sabe, uma oportunidade para que as esquerdas brasileiras, finalmente, revelem e desmascarem a verdadeira face dos governos militares, a mando das elites e das empresas transnacionais. 

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Na verdade, isso tudo está junto e misturado, pois todas essas possibilidades fazem parte da realidade brasileira. Inclusive, outros homens e mulheres que não amam o Brasil (e o povo brasileiro) devem estar morando aí na tua rua, no teu condomínio ou podem fazer parte da tua família... São eles que deram e dão sustentação para esse tipo de estupidez humana que estamos vivendo. 

O que você fez ou está fazendo para estancar a propagação dessa cultura do ódio e do atraso? Se não mudarmos essa cultura, vamos ficar lamentando nas redes sociais, mesmo depois da pandemia... Portanto, hay que endurecerse muchach@s, pero sin perder la dignidad jamás!

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