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Wesley Teixeira

Diretor do Perifaconnection, membro da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito e da Coalizão Negra por Direitos. Pré-candidato a prefeito de Duque de Caxias

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Os desafios das eleições municipais e a democracia: renovação e unidade

Caxias precisa de mais obras de infraestrutura para frear as enchentes e gerar empregos, renda, e diminuir a pobreza e a fome

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli | Fábio Pozzebom/Agência Brasil)

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Sou nascido na segunda metade dos anos 90. Minha geração viu processos políticos muito diferentes das anteriores. Experiências conflitantes e complexas, que nos fizeram ter sentimentos diversos em relação aos partidos, e questionar também como suas lógicas internas reproduzem desigualdades pela falta de representatividade popular, de mulheres e da negritude. Assim, uma ferramenta tão essencial é insuficiente para vocalizar as demandas da população. Tudo isso faz parte da crise da democracia que estamos vivendo.

Mas, ao mesmo tempo, a defesa da democracia é a bandeira capaz de evidenciar a importância dos partidos para a juventude e unir as legendas do campo progressista – os partidos sabem o que foi o período da ditadura, sofreram com a perseguição violenta às vozes dissidentes promovida pelos autoritários e tiveram que se articular em torno de uma luta por democracia.

Aí está a importância da articulação entre partidos: unir as diversas lutas para construir um projeto unitário de mudanças estruturais e sistêmicas, que precisa atuar nas eleições e fora delas. Não tenho dúvidas que os partidos também devem ser um espaço para nos protegermos mutuamente, aprendermos sobre o passado, trocar informações e análises, ainda mais em um país como o Brasil.

Participei da posse da nova direção municipal do PSB em Duque de Caxias, que marcou também o ascenso de novas jovens lideranças da nossa cidade a cargos de direção, e a definição do meu nome como pré-candidato à prefeitura. Na celebração estiveram conosco outros partidos, fundamentais para a luta por avanços democráticos em nosso país. O PT, que promoveu políticas históricas de combate à desigualdade. O PCdoB, que tive a oportunidade de conhecer ainda em minha militância no movimento estudantil. O PV, partido importante na construção da pauta ambienta como a REDE Sustentabilidade, que nasce tentando fazer diferente, partido do meu pré-candidato a vice Antônio Augusto. E o PSOL, partido com uma militância combativa, onde estive por muitos anos e que ajudou a me forjar ideologicamente. 

O PSB sempre esteve localizado na esquerda, com base no socialismo democrático, por acreditar em outro mundo onde todos tenham casa, comida e trabalho. Nossa legenda contou com figuras históricas como Miguel Arraes, João Mangabeira e Ariano Suassuna – o último um dramaturgo que presenteou o Brasil com O Auto da Compadecida e seus simbólicos personagens Chico e João Grilo. 

Como pode, depois de 70 anos, o PSB ainda ser relevante? Em 2013, muitas perguntas foram levantadas pela juventude. O PSB em 2014 tentou respondê-las ao apresentar um projeto nacional, duramente afetado pela trágica morte de Eduardo Campos, que representaria a legenda naquela eleição presidencial. Em 2016 veio o golpe e a retirada de direitos trabalhistas conquistados desde a Era Vargas. O PSB expulsou parlamentares que compactuam com esse capítulo da política brasileira. Em 2018 vimos a chegada da extrema direita à Presidência da República, no Brasil e em outros países do mundo, o que só reforçou a necessidade de nos articularmos contra um projeto de retirada de direitos para os que mais precisam. Com a pandemia, vimos que essa extrema-direita levou o Brasil a uma gestão genocida. Nesse cenário, o PSB assinou a ADPF das Favelas, impedindo operações policiais para evitar a morte de crianças como Emília e Rebeca.

Na eleição mais importante da nossa história, o PSB também não exitou e foi protagonista na defesa da democracia ao apresentar o nome de Geraldo Alckmin como vice-presidente de Lula. Uma aliança surpreendente, mas que muito rapidamente se mostrou acertada, e hoje vemos seus frutos. A vontade de ampliar o diálogo com quem pensa diferente, mas em especial com o povo mais pobre, é o que me fez querer estar no PSB, que se deu na  minha atuação na campanha nacional no diálogo com os evangélicos no 2º turno. 

Em 2022, nós vencemos uma batalha, mas nossos desafios estão muito longe de serem superados. As eleições de 2024 definirão o futuro do Brasil e terão um impacto para 2026. Sabemos que é possível governar apresentando projetos de gestões públicas diferentes, maduras e em diálogo com a população, como nos mostra o jovem João Campos no Recife, o prefeito melhor avaliado do Brasil. E é isso que queremos fazer em Duque de Caxias.

No último mês, dezenas de pessoas perderam tudo com as chuvas em nossa cidade. E infelizmente é preciso dizer o óbvio, que a culpa não é da natureza, é de uma péssima gestão, que não se preparou para o período de chuvas que todos os anos acontece. Caxias precisa de mais obras de infraestrutura para frear as enchentes e gerar empregos, renda, e diminuir a pobreza e a fome. Precisa de mais creches públicas, iluminação nas ruas, caminhos pavimentados para uma mãe levar seus filhos à escola. Caxias precisa de investimentos em saúde, atendimento rápido e especializado. É essa cidade que eu acredito e sei que é possível construir.

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