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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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Ou Lula institui o “Gabinete do Amor”, ou será golpeado!

No futuro, ufa!, esse será conhecido como o “Gabinete do Amor”… em oposição ao danoso “Gabinete do Ódio”

(Foto: Reprodução)
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Bolsonaro, esse ser que já se encaminha para a “lixeira” da História do Brasil, queiramos ou não, ensinou-nos uma grande lição (ao inverso) que merece ser avaliada com rigor: refere-se à forma de como tratar a grande mídia brasileira – e toda a maneira de comunicar(-se).

Ora, todos sabemos que a grande mídia é herança cultural-colonial, isto é, sempre esteve e sempre estará à serviço das elites exploradoras dos humanos vulnerabilizados. Para melhor traduzir: pobre não tem vez com a grande mídia brasileira, a não ser para lhes dar audiência e fazer com que ganhem mais anunciantes (podres de ricos) a vender seus horários nobres a preço de ouro. Destarte, se Lula resolveu olhar para os pobres, fazer políticas para pobres e, após separar o dinheiro para os ricos (dos juros etc.), direcionar as parcas sobras do orçamento aos pobres, logo será impeachmado (sim, porque o primeiro critério “técnico-jurídico” para impeachment no Brasil é colocar pobres dentro do orçamento).
 

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Mas retomemos o ponto central deste texto. Falamos da grande imprensa que ataca o Lula sem dó nem piedade, ora por coisas que o Lula disse de uma forma e foi, ou elevada à milésima potência, ou enviesada por completa sua semiologia de verdade, ora outra por coisas que o Lula sequer falou. Trata-se de um esforço sem precedentes de desacreditar o Presidente da República perante a população, empresários e outros atores sociais (opinião pública); trata-se de uma opinião publicada com larga distância dos fatos de realidade, porque a grade mídia é apenas o “capitão do mato” de um sistema cruel de “senhores de engenho” no arranjo estético-civilizatório de nosso País.
Antes de dizer a que veio este texto, é fundamental problematizar ao novo Governo questões muito caras à sociedade. Então, façamos perguntas – retóricas:
1) Lula, você conseguirá implementar a articulação – nesse Congresso composto em sua maioria por seres imundos, do ponto de vista ético – para uma Lei de Regulação dos Meios? Não!
2) Lula, você ainda acredita que, com as novas mídias sociais, a principal promotora da cognição social (isto é, de uma produção de narrativas que se consolide no imaginário da população) é a Rede Globo e suas “primas” promíscuas (Record, Band, STB, CNN etc.)? Não!
3) Lula, você entende que, a estratégia de Bolsonaro de, i) ignorar a grande mídia e, ii) investir pesadamente nas redes sociais, em conteúdos de massificação de ideias e teses (no caso dele, com mentiras deslavadas e pós-verdades podres, infelizmente), seria a melhor maneira (no caso de seu Governo, com verdades sinceras e conteúdos de valores democráticos e decentes à população) de conquistar o imaginário das pessoas e apoio objetivo, inclusive, sustentação política (uma reserva de “gás”) para produzir ao País suas políticas necessárias? Isto, é, acredita que um novo método de comunicação com o povo é fundamental? Sim!
 

Então, vamos às sugestões. Presidente Lula, o Sr. nem de longe precisa se parecer e em qualquer coisa com o Bolsonaro. Todavia, o “que é bom” a gente pode copiar. Destarte, invista o máximo de recursos, energia e inteligência possíveis nos ministérios que cuidam de Comunicação. Neste escopo, o ministério que leva este termo no nome, para fomentar as rádios e tevês comunitárias; para fiscalizar melhor as concessões públicas de rádios e tevês privadas; para propor e fomentar conferências e políticas de comunicação; e o ministério da comunicação governamental, para gastar o dinheiro (de forma correta), contudo, principalmente, investindo recursos e estrutura nos blogues, nas tevês, nas rádios e nas mídias alternativas, democráticas e que defendem os direitos humanos. Este é o único critério que poderá salvar: a) a população brasileira de um emburrecimento de massa cada vez maior; e b) o seu Governo de não sofrer mais um Golpe – de estado da arte colonial – que teima ameaçar o Brasil.
Em ambas as ações, priorize também a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). É estratégia de resistência e existência.

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 Por derradeiro, um desabafo de um cidadão brasileiro. Fico eternamente angustiado a me perguntar duas essencialidades, uma atemporal e outra circunstancial. A primeira é: por que nossas elites não conseguem nunca dividir um pouco do excedente cultural (e capital) que têm tão concentradamente com o restante da população? Isto é, por que todas as vezes que algum prefeito local, alguma liderança política, ou algum presidente apresenta certo projeto que visa transformar um pouquinho a vida de quem tem tão nada, logo emergem dragões vorazes da cognição colonial (aquela que explora, escraviza e exclui) para “matar” estes líderes? E a questão dois: por que a grande mídia brasileira parece aquele homem ou mulher masoquista? Isto é, o Bolsonaro batia sem clemência em jornalistas e mesmo nas empresas como a Globo, a CNN, e outros veículos. O Lula, ao contrário, trata todos estes sujeitos (profissionais e empresários da comunicação) com respeito, espírito público, democracia e até um certo carinho, e mesmo assim, são cruéis no tratamento (que deveria ser ético e não é) dado ao Presidente e ao homem Luiz Inácio Lula da Silva?

 Como não terei estas respostas, peço ao Lula que chame uma reunião de emergência com os seus ministros e os determine que elejam pontos focais em cada ministério para prover uma espécie de “Conselho de Comunicação Governamental” das ações e projetos do Governo (vocês ainda não aprenderam a comunicar). Que troquem ideias sobre gargalos e estratégias de comunicação e mídia. No futuro, ufa!, esse será conhecido como o “Gabinete do Amor”… em oposição ao danoso “Gabinete do Ódio” (tão eficaz) implantado por Pedro Álvares de Cabral e potencializado por Jair Messias Bolsonaro (bem vivo e ativo).

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