Reinventar a educação

Alguém já disse que o ideal pedagógico de uma certa escola é cortar todas as asas dos alunos e mantê-los domesticados e presos numa gaiola. Quando o aluno não alimentar mais nenhuma veleidade  ou ambição, adestrado e obediente, ele se encontra no ponto ótimo da educação. Essa visão carcerária da escola se casa bem com o conceito de disciplina, disciplinamento , sociedade disciplinar.

 Aluno, escola, sociedade disciplinar. Esse conceito se choca com a ideia de uma sociedade sem escolas, pelo menos escolas como essas. Mais de um pensador propôs modelos alternativos de educação, Carl Rogers, Ivan Ilitch, Summerhill. Visões alternativas libertárias não-impositivas ou diretivas, na linha da educação como prática da liberdade, da personalização do indivíduo ou da conquista de sua felicidade como pessoa singular. Educadores que influenciaram gerações de professores que buscaram romper com o modelo disciplinar, autoritário e diretivo de ensino. 

Tudo isso, sem esquecer os mestres brasileiros que propuseram também outros modelos de escola e educação. Minha geração foi muito estimulada por esses pedagogos. E eu mesmo escrevi um texto intitulado “Pedagogia do desejo” inspirado nesses ideais. Lembro que na época houve uma certa reação dos pedagogos oficiais  estranhando essa nova pedagogia, baseada nas educadoras da Casa de Passagem. 

Arte- educação voltada para a elevação da autoestima dos alunos da rede pública municipal. Uma espécie de reerotização do magistério, ou seja  seu reencantamento, apoiado na experiência lúdica, criativa e múltipla. Experiência ligada ao Teatro Vivo, dos alunos de História da UFPE. Tempos de invenção e reinvenção  pedagógica.

Hoje tudo isso é história…