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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro "Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil". Editor da newsletter "Noticiário Comentado" (paulohenriquearantes.substack.com)

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Ronaldo Caiado, o oportunista de sempre

Caiado não é um conservador civilizado, como tenta parecer, mas um oportunista de direita

Ronaldo Caiado, o oportunista de sempre (Foto: Divulgação)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é dado a bravatas. Sua presença no ato desesperado de Jair Bolsonaro - um falatório ao gado no qual o capitão covardemente travestir-se-á de vítima de perseguição - é natural. Caiado não é um conservador civilizado, como tenta parecer, mas um oportunista de direita.

Recordar é viver. No ápice da pandemia, o governador e médico (!) Ronaldo Caiado alinhou-se com o general que atravancava o Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, na busca de um fato ou factoide que referendasse a argumentação fajuta de que todos os estados deveriam ter isonomia na vacinação contra a Covid-19.

Cogitava-se, então, que o governo baixasse uma Medida Provisória determinando o confisco de toda e qualquer vacina disponível em solo brasileiro, em nome de uma suposta imunização territorialmente igualitária – algo que obviamente seria derrubado pelo Judiciário.  A intenção era subtrair do governador paulista, João Doria, a condição de deflagrador da vacinação no país, com a Coronavac.

Numa guerra pandêmica, cabe aos governadores, diante da inação federal, usar as armas de que dispõem para preservar a vida de suas respectivas populações. Caiado não honrou essa prerrogativa, ou pior, atuou contra ela.

De todo modo, a ideia que golpeava a ciência e a vida era natimorta. Não por vontade do governador de Goiás.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.