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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Sucessão no BC independente sob nova política monetária para garantir desenvolvimento

O debate para sucessão no Banco Central tem que de ser iniciado desde já

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Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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O debate para sucessão no Banco Central, que tem de ser iniciado desde já, depois dessa manipulação escancarada exposta pelo economista Eduardo Moreira, do ICL, de que a Focus gerou falsa expectativa, projetando inflação de 8%, entre 2026 e 2028, para manter, até lá, Selic média nas alturas, inviabilizando queda dos juros, não é outro senão mudança na política monetária ancorada no tripé neoliberal: meta inflacionária, superávit primário e câmbio flutuante.

Está evidente que a Focus é pura manipulação articulada por agentes do mercado financeiro, os únicos consultados para medir a expectativa da inflação futura a cada semana em que são consultados. São 150 bancos e agentes financeiros – a nata da bancocracia – que dão palpite sobre o que vai acontecer com a inflação, para que o BC Independente (BCI) tire uma média a fim de que seja montado o tripé neoliberal.

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Construiu-se, desse modo, no processo de financeirização da economia nacional, que não passa de mecanicismo automático, montagem especulativa de fabricação idealista de expectativas sujeita à manipulação, conforme desejo dos que pretendem eternizar a ganância, promotora do parasitismo econômico financeiro especulativo.

O presidente Lula se tornou prisioneiro dessa armadilha e não foi à toa que diante do presidente do país africano, Benin, Patrice Tolon, ele desabafou que os países africanos e latino-americanos estão sendo espoliados e forçados a transferir renda financeira para a bancocracia, avessa ao valor trabalho como gerador de riqueza.

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Os bancocratas estão preocupados, tão somente, em ganhar dinheiro sem fazer força, enquanto o setor produtivo corre perigo constante de falência, por não suportar custo financeiro que inviabiliza investimentos, competitividade e lucratividade empresarial.

Nova política estatal

Os neoliberais, que dão as cartas no BCI, fiel discípulo ideológico do neoliberalismo que levou o capitalismo à financeirização especulativa em forma de oligopólio, não têm mais a justificativa de afirmar o que antes era considerado, por eles, verdade absoluta, isto é, que a inflação é fenômeno monetário, decorrente da demanda maior que a oferta de moeda na circulação capitalista.

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Veio o crash de 2008 e desmoralizou essa “verdade”, puramente ideológica: o Banco Central dos Estados Unidos, o FED, cuidou de expor a farsa o fake News monetário-financeiro. Para tanto, elevou a oferta monetária sem limites, de modo a salvar os bancos americanos da bancarrota que havia destruído o Lehman Brothers.

O resultado dessa decisão que rompeu com restrição monetária cujo propósito é provocar escassez de moeda para que o juro permaneça alto foi o de jogar no chão a taxa de juro sem que houvesse, nesse movimento, o que os neoliberais alardeavam: hiperinflação.

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Ocorreu o contrário: maior oferta de moeda jogou a taxa de juro no chão, levando-a ao patamar negativo, inviabilizando inflação e, ao mesmo tempo, estabilizou a dívida pública. Por essa razão, salvaram-se os bancos que estavam excessivamente monetizados, correndo perigo de corrida bancária e consequente quebradeira.

Novo programa monetário 

Depois de 2008, perdeu sentido a política monetária restritiva como fator de combate à inflação e deixou exposta a verdade clarividente de que juros altos apenas elevam o custo das empresas que o transferem aos preços, produzindo, aí sim, inflação.

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O juro alto é o preço da inflação, tarefa inversa do que pretende combater o Banco Central, o que evidencia que a queda da inflação que se verifica no Brasil, neste momento, decorre não do tamanho da dívida, mas do subconsumismo, que ameaça economia de deflação; as empresas cortam produção, diante da redução do consumo, afetado pelo arrocho salarial decorrente da reforma trabalhista neoliberal, para não formar estoques e gerar, dessa forma, queda da taxa de lucro.

A moderna política monetária – novo paradigma econômico financeiro – da qual os países capitalistas desenvolvidos lançam mão desde 2008, coloca medo no mercado financeiro especulativo, porque combate a ganância, reduzindo juros e dívida pública.

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Acaba a mamata especulativa dos rentistas, que, com o tripé neoliberal, eterniza a tirania financeira sobre os devedores.

Passa a vigorar não a independência do Banco Central, mas a autonomia e soberania do Estado nacional de, conforme as conveniências que atendem interesse público, aumentar a quantidade da oferta monetária, não para fazer superávit primário, mas desenvolvimento sustentável sem pressões inflacionárias.

Variável econômica independente

Quando o governo, variável econômica independente, eleva a quantidade de oferta de moeda na circulação produz de forma sintonizada, 4 fatores simultâneos: 1 – reduz os juros, 2 – eleva relativamente os preços, 3 – reduz relativamente os salários e 4 – perdoa dívida acumulada a prazo.

O resultado, do ponto de vista do capitalista empreendedor, é o aumento da eficiência marginal do capital, isto é, o lucro, que o leva aos investimentos para elevar taxa de emprego, como destaca o autor de “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, John Maynards Keynes.

Portanto, o que se faz necessário para que as economias capitalistas periféricas, como a brasileira e as latino-americanas em geral, saiam da armadilha financeira em que se encontram, escravizadas pelo tripé neoliberal, é substituí-lo por nova política monetária baseada no pragmatismo das finanças funcionais; estas, amplamente, utilizados nos países capitalistas desenvolvidos, são garantia de que não haverá descontrole inflacionário, se a autoridade monetária emite moeda nacional, para utilizar dívida pública como fator desenvolvimentista, não como armadilha para anular o Estado.

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