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José Manoel Ferreira Gonçalves

Cientista político, jornalista, advogado, engenheiro civil e doutor em Engenharia da Produção

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Trens em colisão no monotrilho: É mais fácil culpar o condutor

Os trens de São Paulo poderiam ser bem melhores – começando pela concorrência no processo de escolha das concessionárias

MMonotrilho da linha 15-Prata do Metrô foi construído pelo Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), que inclui as construtoras Queiroz Galvão e OAS, além da fabricante canadense de trens Bombardier (Foto: Diogo Moreira/Máquina CW)
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Não são apenas os acidentes, cada vez mais corriqueiros, que demonstram a falta de rumo do monotrilho de São Paulo. Há fatos que não chegam até o conhecimento de todos e que evidenciam a precariedade da Linha 15 do metrô paulistano. Para que a população pudesse ter a tranquilidade e a segurança necessárias, seria preciso investigar a fundo as causas dos acidentes e ir além, averiguando todos os quesitos técnicos que envolvem a operação. 

No entanto, o que temos até aqui é uma situação clássica de punição circunstancial aos que menos têm responsabilidade pelas constantes falhas do monotrilho: os operadores. No processo aberto para apurar a colisão de dois trens em uma manobra na madrugada de 8 de março, o Metrô afirmou ao Ministério Público que a culpa pelo ocorrido fora de um dos condutores. Três pessoas acabaram sendo responsabilizadas e devem ser demitidas. Caso resolvido então, não é mesmo? Pelo menos até que tenhamos novos acidentes – porque eles continuarão a acontecer, enquanto não forem apuradas as reais condições de operação da linha. 

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Enquanto isso, falta transparência em relação a todas as dificuldades enfrentadas nesse importante aparelho de transporte público. Como exemplo, temos os pneus utilizados pelo monotrilho. Existe uma dependência de um único fabricante, de origem francesa, em relação ao fornecimento desses itens. São dois tipos de pneus específicos para o uso em monotrilhos como o da Linha 15: os chamados pneus de carga e os pneus guias. Ambos são comprados sem licitação, uma vez que até hoje o Metrô não desenvolveu ou habilitou outras opções de fornecedores, que poderiam ser, inclusive, da indústria local.

A falta de concorrência é sempre uma prática indesejável. Mas não surpreende que esse modus operandi seja onipresente no monotrilho paulistano, cuja concessão, inclusive, já foi licitada e vencida pela mesma empresa responsável pela operação da Linha Amarela. Uma vitória sem concorrência, ressalte-se, para a qual bastou apresentar uma oferta 0,59% superior ao mínimo previsto em leilão.

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Os trens de São Paulo poderiam ser bem melhores – começando pela concorrência no processo de escolha das concessionárias.

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