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Marcia Tiburi

Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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Um retrato do mal

Ninguém pode esquecer a lista de crimes que envolvem, inclusive, o COVID como arma biológica contra o povo pobre

Bolsonaro e enterro durante a pandemia da COVID-19 (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Bruno Kelly)

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Em 2021 desenhei a tristeza e o horror na forma de um Ubu Rei brasileiro. Era um retrato do mal que precisávamos exorcizar. Lutar contra Bolsonaro e tudo o que ele representa nos deu a consciência e a dimensão da nossa potência como povo.  

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Há muitas formas de luta contra as guerras perpetrados contra a vida humana na sua dimensão complexa. A arte é uma forma de luta. Ela nos protege do horror nos ensinando a olhara para ele e não virar pedra.  

A imagem acima transitou por manifestações e exposições. Ela serviu para exorcizar o mal.  

Agora, quando a vida dá suas voltas e o tema das joias roubadas está em alta, é importante lembrar que não é só isso. A memória política é essencial para a vida. Sabemos que, pior do que roubar joias do tesouro nacional, é Bolsonaro ter sido um ladrão de sonhos e vidas. Um fato não apaga o outro, os dois dão a dimensão da miséria política e do nível baixíssimo de gente a que estivemos submetidos como nação.  

Ninguém deve esquecer dessa miséria política. Ninguém pode esquecer a lista de crimes que envolvem, inclusive, o COVID como arma biológica contra o povo pobre e da matança programada de povos indígenas como a do povo Yanomami também pelo abandono e pela fome, além do Covid.  

Muita gente ainda segue vivendo sob o terror nas favelas, no campo, nas ruas, nos espaços de luta, mas pelo menos agora podemos caminhar para mudar as injustiças e construir um estado de bem estar social. A alquimia política rumo à democracia é uma obrigação de todos nós, cidadãs e cidadãos, que lutamos com todas as nossas forças pela retomada de um projeto democrático para o país. O povo brasileiro é maltratado, abusado e desrespeitado, mas é também resiliente e bravo e há de segurar a onda da democracia contra o fascismo, apesar da moda fascista ainda estar em alta. É evidente que se o Estado não fizer nada contra isso, o fascismo continuará sendo uma ameaça e seremos nós, como povo, que teremos que continuar a barrá-lo.  

Nesse momento, Bolsonaro tem que ser punido por seus crimes. A inelegibilidade foi apenas um começo de justiça. A prisão é o próximo passo.  

Depois que Bolsonaro for preso, aparecerá o mandante do assassinato de Marielle Franco.  


 

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