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Milton Alves

Jornalista e sociólogo

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Witzel é o nome da morte na geografia da pobreza

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Reprodução)
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A escalada genocida comandada pelo governador Wilson Witzel (PSC) contra o povo pobre que habita as favelas e bairros da periferia do Rio de Janeiro causou a morte de 1249 pessoas de janeiro a agosto deste ano, segundo informação da Ordem dos Advogados do Brasil (RJ). Um massacre com DNA classista e geograficamente identificado. Witzel é o nome da morte na geografia da pobreza, espremida entre a montanha e o mar da exuberante paisagem carioca.

A última vítima fatal do barbarismo de Witzel foi a pequena Ághata Vitória Sales Félix, de 8 anos, assassinada durante uma operação policial no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira (20), o que causou protestos de diversos setores do país contra Witzel.

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Mais uma vez, é notório o silêncio cúmplice das altas autoridades de Brasília: Presidente da República, Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ministra dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal (MPF) e dos generais. Do STF, apenas Gilmar Mendes fez uma declaração.

A “política de abate” conduzida pelo governador carioca tem a marca da seletividade geográfica: as operações policiais que resultam em morte ocorreram em comunidades pobres, que contam com a atuação de narcotraficantes. Uma informação: Nas áreas sob controle das milícias, o verdadeiro e milionário crime organizado hoje no Rio, nenhuma morte ocorreu em decorrência de operações de cerco e aniquilamento da PM.

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A chegada da extrema-direita ao governo federal impulsionou a política de criminalização da pobreza e do extermínio como forma de combate da criminalidade.

O perigoso populismo fascista é o discurso predominante no aparelho policial e de boa parte do Judiciário. Para o grande público, a extrema-direita promete não uma política de segurança estruturada e integral, mas o armamento individual para a classe média, o Bope e a milícia para os pobres e a segurança especializada particular para os mais ricos e privilegiados.

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Para a maioria, sobra a ação do Estado excludente e classista, com um sistema policial repressivo em aliança com a milícia paramilitar. É o modelo que vem sendo instituído na prática e que opera a sua legitimação institucional com o nefasto e demagógico “projeto anticrime” do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

A questão da segurança pública e do combate ao crime organizado é complexa, de difícil resolução, mas a esquerda precisa enfrentar o tema com coragem, propor medidas e disputar politicamente com a narrativa da extrema-direita bolsonarista.

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Temas como a defesa intransigente dos direitos humanos, reforma do sistema penal, fim da política de encarceramento em massa, descriminalização das drogas, combate duro aos partidos do crime e aos milicianos, mais investimentos sociais nas comunidades pobres, a reformulação da doutrina das forças de segurança e o papel de cada ente da federação são alguns dos desafios para um debate sobre uma política de segurança pública estruturada e integral.

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