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Quem era Navalny, líder opositor russo que morreu na prisão

Líder opositor tinha no presidente Putin um de seus principais inimigos. Moscou rejeitou qualquer ligação com a morte de Navalny

Líder da oposição russa Alexei Navalny 27/08/2019 (Foto: REUTERS/Shamil Zhumatov)

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247 - O político da oposição russa Alexei Navalny morreu na prisão na região autônoma de Yamalo-Nenets, informou o escritório regional do Serviço Penitenciário Federal nesta sexta-feira (16). 

Segundo o órgão, todas as medidas de reanimação necessárias foram realizadas, mas não produziram resultados positivos. As causas da morte estão sendo estabelecidas, de acordo com os relatos da imprensa estatal russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, um dos principais inimigos de Navalny, foi informado sobre a morte do político da oposição na prisão, informou o jornal Kommersant na sexta. 

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que a Rússia deve responder a “questões sérias” sobre a situação, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a União Europeia responsabiliza Moscou pela morte de Navalny.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que a reação imediata dos líderes ocidentais à morte de Navalny é “autoexpositiva”, uma vez que tiraram conclusões antes de quaisquer exames forenses. 

Mas quem era Alexei Navalny? 

Alexei Navalny foi um político e ativista anticorrupção russo, conhecido por sua oposição ao governo do presidente Putin. Navalny ganhou destaque internacional por suas investigações sobre a corrupção na Rússia, usando suas plataformas de mídia social e seu site para divulgar acusações envolvendo altos funcionários do governo russo e grandes corporações estatais.

Ele fundou a Fundação Anticorrupção e também tentou se candidatar a cargos políticos, incluindo a presidência, mas foi impedido de participar de eleições devido a condenações criminais, que ele e seus apoiadores afirmam ser politicamente motivadas para barrar sua candidatura.

Navalny foi alvo de várias detenções, processos judiciais e até mesmo um envenenamento grave em 2020, que ele atribuiu ao Kremlin. Após se recuperar na Alemanha, ele retornou à Rússia em janeiro de 2021, onde foi imediatamente detido. 

Em 20 de agosto de 2020, Navalny ficou doente em um voo doméstico russo. Ele foi inicialmente tratado na cidade siberiana de Omsk, onde o avião fez um pouso de emergência. Com base nos resultados dos exames, os médicos de Omsk concluíram que Navalny tinha um distúrbio metabólico, e nenhuma substância tóxica foi encontrada em seu sangue e urina.

Dias depois, Navalny foi transferido para o hospital Charité, em Berlim, para tratamento adicional. O governo alemão afirmou que os médicos encontraram vestígios de um agente nervoso do tipo Novichok em seu sistema. Vários países e veículos de imprensa especularam sobre a possibilidade de ação criminosa por parte de Moscou. A Rússia desde então negou qualquer envolvimento no caso.

Moscou afirmou acreditar que o incidente foi uma provocação destinada a afetar a imagem da Rússia, uma vez que Berlim ainda não apresentou qualquer evidência tangível em apoio às suas alegações. A capital russa também destacou várias vezes que a Organização para a Proibição de Armas Químicas ignorou os pedidos de assistência da Rússia, prejudicando a investigação.

Em janeiro de 2021, Navalny foi preso em Moscou ao chegar da Alemanha, onde havia recebido tratamento médico por um suposto envenenamento na Rússia. Em fevereiro, o tribunal revogou sua sentença suspensa no caso de fraude Yves Rocher de 2014 devido a múltiplas violações da liberdade condicional e o condenou a 2,5 anos de prisão.

No início de agosto de 2023, Navalny foi condenado a 19 anos de prisão em uma penitenciária de segurança máxima por acusações de extremismo. Naquele momento, o ativista de 47 anos já estava cumprindo uma pena de nove anos por acusações de fraude, desvio de dinheiro, desacato ao tribunal e violação da liberdade condicional.

Navalny se declarava inocente de todas as acusações e considerava sua persecução politicamente motivada. (Com informações da Sputnik). 

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