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"Voltaremos para abrasileirar o preço das coisas", diz Lula para as massas na UERJ (vídeo)

“Indignação é a palavra que a gente tem que ter contra o que está acontecendo”, destacou Lula falando sobre fome, desigualdade e os preços dos combustíveis no Brasil

(Foto: Reprodução)
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247 - Fechando o dia de um evento promovido pelo Grupo Puebla na UERJ, o ex-presidente Lula (PT) fez um longo discurso denunciando a atual situação do Brasil e do povo brasileiro. O evento reuniu várias lideranças de esquerda do mundo, entre ex-presidente e outros dirigentes políticos.

De acordo com Lula, “indignação é a palavra que a gente tem que ter contra o que está acontecendo”. 

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Destacando a situação da fome, o ex-presidente lembrou que “o Brasil é o terceiro maior alimento do planeta terra, e o maior produtor de proteína animal do mundo. Então não é possível a gente ver as pessoas correndo atrás de um caminhão que tombou com carcaças de frango, ou uma pessoa pegando no almoço osso para ferver na água e tentar fazer um caldo para colocar na água. É falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país”

Ele ainda denunciou a privatização das estatais brasileiras. “Como não sabem governar, só querem vender o que está pronto. Não têm coragem de fazer economia pensando no povo”, disse. Lula disse que “esse país andou para trás”, justificando com a situação de estagnação do salário mínimo e do aumento dos preços dos combustíveis.

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Após lembrar que o brasileiro pagava R$ 2,60 no litro da gasolina, apesar da crise de 2008, denunciou a venda da BR Distribuidora e a dolarização dos combustíveis no Brasil

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“Hoje, depois que venderam a BR, tem 392 empresas importando gasolina dos EUA. Se importam pagando em dólar, têm que desembolsar em dólar do bolso de vocês, e muita gente não consegue sair de casa”, destacou. “Esperem que nós vamos voltar. E quando voltarmos, vamos abrasileirar o preço das coisas”, afirmou. “Obama disse ‘nós podemos’, a Dilma disse ‘nós queremos’ e eu vou dizer ‘nós venceremos’”, completou.

Ele também destacou a situação da fome e dos ataques aos direitos trabalhistas. “Não é normal em pleno século XXI” a fome no Brasil e no mundo, afirmou. “Não é por falta de alimento, é por falta de dinheiro”, disse Lula, denunciando a desigualdade.

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“Tem gente comprando passagem de foguete para ir conhecer o espaço enquanto perto da casa dele tem gente morrendo de fome. Empresas de aplicativos acumulando bilhões de dólares. O da Amazon comprou um iate de 400 bilhões de dólares e mais um para pousar seu helicóptero. Enquanto isso, quanto ganha esse povo que pensa que é pequeno empreendedor, que trabalha com aplicativo, com Uber, entregando comida, às vezes carregando uma mala de dinheiro nas costas e a barriga roncando de fome, porque não tem dinheiro para comprar, que não tem férias, descanso semanal remunerado, salário semanal adequado e nenhum sistema de segurança social? Como é que pode?”, questionou.

Usando o exemplo da Espanha, que recentemente anulou sua reforma trabalhista neoliberal, lembrou que é importante romper a reforma trabalhista no Brasil, que tirou os direitos dos trabalhadores. “Nós vamos voltar a garantir o direito do povo trabalhador desse país”, afirmou, lembrando também que a previdência social, nos governos do PT, era superavitária e destacando a luta de seu partido para melhorar as condições dos empregados e das pequenas empresas.

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“Hoje tem milhões de brasileiros esperando a desgraçada aposentadoria que não sai nunca. É esse país e essa desigualdade que nós temos de mudar. O que nós precisamos é termos o direito de nos indignarmos”, afirmou. 

‘Bolsonaro é um boçal’

“Nós perdemos o direito de ficar indignados com o descaso, com um presidente que mente 7 vezes por dia, que provoca, que fala bobagem, que ofende, que coloca um ministro da Saúde que não entendia nada de saúde e montou uma quadrilha para vender vacina na época da pandemia”, criticou Lula.

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“Os estudantes precisam se indignar com o que está acontecendo na educação, porque vai refletir no futuro de vocês”, continuou, destacando o esquema de corrupção dos pastores no Ministério da Educação e dizendo que o ex-ministro Milton Ribeiro “só cuidava do rebanho dele. Eram os pastores, amigos do ministro, que conseguiam dinheiro”. Ele criticou também o desmonte do FIES — programa de financiamento de estudantes — e ressaltou que “investir na educação é o investimento mais barato e o que trás mais futuro para o nosso país”.

O ex-presidente ainda afirmou que “Bolsonaro é tão frágil e tão boçal, que como ele não tem partido político, não tem bandeira, não tem música, não tem hino, programa ou manifesto, ele pegou a camisa da seleção e a bandeira brasileira”. 

“A bandeira brasileira e as cores verde e amarela não são desse fascista, pertencem a 213 milhões de brasileiros. Ele se apoderou como se fosse dele”, denunciou. Levantando a bandeira do Brasil, Lula disse ao público, que lotou a UERJ: “essa bandeira é nossa, não é deles”.

Soberania nacional e união latino-americana

Um dos principais focos do discurso de Lula foi a defesa da soberania do Brasil e dos outros países do mundo. Segundo ele, uma das causas do subdesenvolvimento brasileiro, referindo-se às potências estrangeiras, é que “nós sempre ficamos achando que alguém vai nos ajudar”. “Mas quem vai ajudar o Brasil é o povo brasileiro, na hora que ele for incluído e que ele se sentir sujeito da história e não coadjuvante da política nacional”, disse.

Ele lembrou que antes dos governos petistas, o Brasil “nunca teve muita preocupação com a América do Sul [...] e não via a África. Ficava olhando a Europa e os Estados Unidos [...] E o Brasil continuou sendo subdesenvolvido”. Por isso, destacou que sua preocupação “era com a América Latina” e lembrou da política externa do Brasil na sua época. “O Brasil passou a ser respeitado”, disse.

“A gente não falava fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia. A gente tratava todo mundo com o mesmo respeito. E isso fez com que o Brasil passasse a ser um país levado muito a sério. Visitei todos os países da América Latina e 30 países da África, e ninguém queria ir para a África”, afirmou.

Lula destacou que o Brasil “virou uma referência no debate mundial”, trabalhando com países latino-americanos e outros países do mundo subdesenvolvido. “Foi isso que incomodou os americanos, que nunca admitiram que tivesse outra referência na América Latina que não fossem eles”, destacou.

Em tom anti-imperialista, Lula lembrou que “nós expulsamos a Alca, que os norte-americanos queriam introduzir, e fortalecemos o Mercosul” e destacou o fortalecimento dos negócios com Argentina e outros países da América do Sul, assim como a relação comercial com a China, em detrimento dos EUA, e a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O ex-presidente petista denunciou que o que prejudicou a união latino-americana foram as orientações vindas dos Estados Unidos de que o inimigo da América da língua espanhola era o Brasil.

“Nossos parceiros que podem nos ajudar a crescer e eles podem crescer são da América do Sul”, declarou, defendendo o fortalecimento do bloco regional criado em conjunto com o Brasil quando ele estava no governo. “Nós não precisamos ter fronteiras. A nossa fronteira é o desenvolvimento, o crescimento, é combater a miséria juntos”, declarou.

Guerras

Lula denunciou as guerras dos norte-americanos, afirmando que eles ficam inventando justificativas, como o terrorismo, para invadir outros países, e que o ex-presidente norte-americano George Bush queria invadir Foz de Iguaçu.

“Eu vim aqui para falar de igualdade. O que eu quero é que os países sejam tratados em igualdade de condições”, afirmou. Por isso, criticou os presidentes da Rússia, EUA e Ucrânia — Vladimir Putin, Joe Biden e Volodymyr Zelensky, respectivamente — e os “presidentes dos países europeus” pela atual guerra no território ucraniano. 

“Parem com essa guerra! O povo precisa de paz, quer emprego, salário, educação, cultura, vida. O povo não quer morte. A quem interessa essa guerra? A razão dessa guerra seria resolvida no Brasil na mesa tomando cerveja. A gente iria fazer um acordo de paz”, afirmou.

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