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Líder histórico do MST, Stedile diz compreender lentidão em assentamentos no campo: 'faltaram recursos'

"O desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas impediu que, agora, a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores", disse

João Pedro Stedile (Foto: Reprodução/MST)

247 - Líder histórico do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, criticou a lentidão nos assentamentos mas disse entender as dificuldades do governo do presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT). "Em termos de famílias assentadas é o pior ano de todos os 40 anos do MST. Mas nós compreendemos. Faz parte da luta", disse ele em uma mensagem de final de ano aos integrantes do movimento divulgada na sexta-feira (22). 

"Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e de certa forma o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, completou. 

Ainda segundo Stedile, a reforma agrária não pode ser medida apenas por hectares. "Ela se mede por ideias, conquistas políticas e sociais", destacou. Nesta linha, em 2024, ano em que o movimento completará 40 anos de atuação, o MST irá realizar um congresso para discutir temas como agroindústria, soberania alimentar e agroecologia. 

O MST também pretende consolidar uma parceria celebrada recentemente com a China que prevê a realização de trabalhos nas periferias das grandes cidades, além da transferência de tecnologia.