Argentina supera Líbano e registra a maior inflação do mundo em 2023
Inflação na Argentina chegou a 211,4% em 2023, ante 192,3% registrado pelo país do Oriente Médio
247- A Argentina desbancou o Líbano e passou a ser o país com a maior inflação do mundo em 2023. O aumento anual dos preços na Argentina chegou 211,4% em 2023, de acordo com dados divulgados em 11 de janeiro. Por sua vez, o Líbano, que manteve sua posição de destaque na inflação global, apresentou uma taxa de 192,3%, número menor do que o projetado, destaca o Metrópoles. Os dados sobre o país do Oriente Médio foram divulgados no início desta semana.
A ascensão da inflação argentina, desbancando a do Líbano por quase 20 pontos percentuais, surpreendeu os mercados. A Venezuela, que historicamente liderava a inflação na América Latina, registrou uma taxa de 189,8% em 2023, conforme dados do banco central do país.
O presidente eleito da Argentina, o ultradireitista Javier Milei, assumiu o cargo no ano passado com a promessa de combater a crônica inflação do país. Entretanto, em sua posse, realizada em 10 de dezembro, Milei alertou que a situação poderia se agravar nos primeiros meses de seu governo devido às medidas rigorosas que planejava implementar. >>> Greve geral desafia o choque neoliberal de Milei na Argentina
As previsões se concretizaram, com a inflação de dezembro atingindo 25,5%, a mais elevada em três décadas na Argentina. Analistas indicam que os números de janeiro podem ser ainda mais preocupantes. As políticas do governo, incluindo a desvalorização do peso e a redução de subsídios à energia e ao transporte, têm impacto nos preços em toda a economia.
O governo Milei afirma que, após um choque inicial, os preços devem diminuir, mas o futuro comportamento da inflação permanece incerto. Enquanto isso, a maioria dos argentinos continua a enfrentar deterioração nas condições de vida, com mais de 40% da população em situação de pobreza. >>> Greve na Argentina, solidariedade no exterior
Em resposta às medidas governamentais, organizações sindicais têm organizado protestos. A Confederação Geral del Trabajo (CTG), a maior união sindical do país, lidera uma greve geral entre meio-dia e meia-noite desta quarta-feira (24), acompanhada por uma marcha em Buenos Aires contra o pacote de medidas implementadas por Milei por meio de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU). A greve recebeu apoio de sindicatos de diversos setores, incluindo transporte, comércio, saúde e bancos.
