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Assessor de Milei, Fernando Cerimedo é investigado no Brasil como parte da organização golpista

O assessor trabalhou com Jair Bolsonaro antes de se juntar à equipe do atual presidente ultradireitista argentino

Javier Milei (mais destaque) e Fernando Cerimedo (Foto: AGUSTIN MARCARIAN / REUTERS I Reprodução (X))

Agência RT - Fernando Cerimedo, consultor da coalizão política argentina La Libertad Avanza (LLA), do presidente Javier Milei, está sendo investigado como parte de uma organização criminosa relacionada à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 no Brasil, de acordo com documentos divulgados recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do gigante sul-americano.

Cerimedo, além de conselheiro de Milei, é conhecido na Argentina por criar o portal digital 'La Derecha Diario'. Mas, antes do atual presidente argentino, foi assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em um dos documentos divulgados pelo SFT, especificamente o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cerimedo é apontado como parte de um "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral".

Segundo o texto, seria uma organização criminosa que atuava de forma semelhante ao suposto ‘Gabinete do Ódio’, identificado na investigação das ‘Milícias Digitais’. Essa quadrilha teria usado medidas "para desacreditar o processo eleitoral e restringir o exercício do Poder Judiciário, como parte do planejamento e execução de um golpe de Estado, que culminou nos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes", afirma a decisão.

Segundo o documento, a organização visava reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, com o objetivo de impedir a posse do candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e, assim, manter Bolsonaro no poder.

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Além disso, em outros documentos divulgados, de 135 páginas e aprovados pelo juiz do STF Alexandre de Moraes, é indicado que a forma como esse núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral agiu foi por meio da "produção, disseminação e amplificação de fake news" sobre a imparcialidade das eleições presidenciais, "com o objetivo de incentivar os seguidores a permanecerem em frente aos quartéis e instalações das Forças Armadas" e assim por diante criar o ambiente propício ao golpe de Estado.

Defenda-se

Após as denúncias virem à tona, Cerimedo disse que a causa "é uma perseguição política, ideológica".

“É uma investida pessoal que nem tem nada a ver com o Lula (da Silva), que nem deveria estar ciente do que está acontecendo. Esse é o Alexandre de Moraes, que esteve em desacordo com Bolsonaro por muitos anos”, disse Cerimedo em entrevista à Rádio Con Vos, segundo o La Nación.

Além disso, em outra entrevista, ele disse que não conhece as outras pessoas mencionadas na investigação, como parte do núcleo de desinformação. "É uma rede que Moraes montou depois das denúncias que fizemos com dados públicos. No ano passado, o próprio Tribunal Superior Eleitoral arquivou um caso em que eu havia sido denunciado por fake news. É muito difícil a gente dar fake news com dados públicos", insistiu.