América latina

Cristina Kirchner denuncia lawfare na Argentina, assim como ocorreu com Lula

Vice-presidente argentina diz que nos novos golpes os juízes substituem os militares

Vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner 17/03/2022
Vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner 17/03/2022 (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)


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247 – A ex-presidente e atual vice-presidente argentina Cristina Kirchner afirmou, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que está sendo vítima de lawfare, assim como ocorreu com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que foi preso político durante 580 dias no Brasil após uma decisão ilegal do ex-juiz suspeito Sergio Moro. "Nesta terça (6) a Justiça vai dar o veredicto sobre o processo em que a senhora é acusada de associação ilícita com um empresário que se beneficiou de obras públicas em Santa Cruz, no sul da Argentina, quando Néstor Kirchner e a senhora presidiram o país", escreve a jornalista.

De acordo com Cristina, a sentença antecede o próprio processo. "A sentença foi escrita em 2 de dezembro de 2019, na primeira vez em que testemunhei neste julgamento. Por razões muito simples. Primeiro: todas as minhas garantias constitucionais foram violadas. Segundo: tudo o que foi dito é mentira", disse ela. "Foram três anos de audiências em que todas as provas testemunhais, documentais e periciais mostraram que é uma falsidade absoluta querer me envolver. Além disso, constrói-se a imagem de ladrão, imputando-me crimes patrimoniais quando, na verdade, quando terminei meu mandato, eu tinha os mesmos bens pelos quais já fui investigada três vezes", acrescentou.

Na entrevista, Cristina falou sobre o lawfare na América Latina. "Foi um fenômeno de toda a região. E eu tenho uma percepção sobre isso. E qual é ela? O fenômeno do 'Partido Judicial' aconteceu com Lula, com [o ex-presidente do Equador Rafael] Correa e acontece comigo. Correa hoje é considerado um fugitivo asilado na Bélgica. E veja o que era o Equador quando ele governava e o que é hoje, um país devastado pelo narcotráfico, com uma desigualdade muito mais profunda. Com Lula, a mesma coisa. A diferença é que as mesmas pessoas que o meteram preso depois foram buscá-lo e reverteram o que tinham feito. E por quê? Porque chegou Bolsonaro, um personagem que fez muito mal ao país e a muitos atores da vida brasileira. Portanto, aqueles que insultaram Lula e permitiram que Dilma [Rousseff, do PT] sofresse o impeachment finalmente deram toda 'la vueltita' [fizeram um giro] e terminaram admitindo que o juiz Moro tinha sido absolutamente parcial", afirmou.  "Se o Bolsonaro, em vez de homem, fosse mulher, já estava preso", disse ainda Cristina.

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