Equador entra em estado de exceção na véspera de eleição presidencial
Medida afeta sete províncias, a capital Quito e o sistema prisional
247 - O governo do Equador declarou neste sábado (11) estado de exceção em sete províncias, na capital Quito e no sistema prisional do país, em resposta ao aumento da violência relacionada ao narcotráfico. O decreto, com validade de 60 dias, foi assinado pelo presidente Daniel Noboa um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais. As informações são do jornal O Globo.
A medida se aplica às províncias costeiras de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena e El Oro, além das regiões amazônicas de Orellana e Sucumbíos. Também estão incluídas a cidade mineradora de Camilo Ponce Enríquez, a capital Quito e todas as penitenciárias do país. A decisão busca conter o avanço de grupos criminosos armados que disputam com brutalidade o controle do tráfico de drogas no território equatoriano.
"O governo enfrenta um nível de violência de tal intensidade que ultrapassou os limites de contenção das forças de segurança", reconhece o decreto presidencial. De acordo com o documento, entre 7 de março e 8 de abril, 120 pessoas foram assassinadas, o que evidencia a gravidade da crise.
Além do toque de recolher noturno de sete horas imposto em áreas específicas — como Guayas, Los Ríos, Orellana, Sucumbíos e Ponce Enríquez —, foram suspensos direitos civis fundamentais, incluindo a inviolabilidade do domicílio, da correspondência e a liberdade de reunião.
Daniel Noboa, que assumiu a presidência em novembro de 2023, tem adotado uma linha dura contra o narcotráfico. No início de 2024, declarou o país em "conflito armado interno", autorizando a atuação contínua das Forças Armadas nas ruas. Com isso, os militares passaram a ter como missão neutralizar cerca de vinte organizações criminosas, associadas a cartéis internacionais, que o governo classifica como "terroristas" e "beligerantes".
Apesar dos esforços, o Equador segue com um dos mais altos índices de homicídios da América Latina. Segundo o grupo de análise Insight Crime, a taxa caiu de 47 para 38 homicídios por 100 mil habitantes entre 2023 e 2024, mas ainda permanece alarmante.
Na tentativa de garantir a segurança durante o segundo turno das eleições presidenciais, o governo equatoriano também restringiu, na sexta-feira (10), a entrada de estrangeiros pelas fronteiras com a Colômbia e o Peru — os dois maiores produtores de cocaína do mundo. A medida vigorará até a madrugada de terça-feira, no horário de Brasília.
A corrida presidencial, marcada pela tensão, opõe o atual presidente Daniel Noboa à candidata da oposição, Luisa González, em um pleito decisivo para o futuro do país.
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