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América Latina

Escassez de fertilizantes, outro impacto do conflito na Ucrânia na América Latina

Países como México, Argentina e Brasil alertam sobre os problemas para produzir e o impacto que terá na segurança alimentar da região

(Foto: Divulgação)
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Sputnik - O conflito na Ucrânia e as sanções econômicas contra a Rússia comprometem a disponibilidade dos fertilizantes mais utilizados para produzir alimentos na América Latina.

Países como México, Argentina e Brasil alertam sobre os problemas para produzir e o impacto que terá na segurança alimentar da região.

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A segurança alimentar pode ser seriamente afetada em todo o mundo durante 2022, especialmente na América Latina — uma região global exportadora de alimentos —, devido à escassez de fertilizantes no mercado de insumos agrícolas em escala global, alertaram em março da reunião de ministros da Agricultura das Américas.

Junto com a instabilidade na produção de energia e a forte relação entre hidrocarbonetos e produção de fertilizantes, as sanções econômicas impostas pelos EUA e União Europeia à Rússia — o maior produtor mundial de fertilizantes depois da China —, aumentaram após o início da operação militar especial russa na Ucrânia e só acentuou a escassez de alimentos e a escalada dos preços.

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Note-se que a Rússia extrai e comercializa cerca de 20% do gás natural em todo o mundo, sendo o gás — através da extração de amônia e nitrogênio —, principal insumo — juntamente com o petróleo —, de uréia, os grânulos sólidos de nitrogênio mais utilizados mundialmente como um fertilizante.

E os fertilizantes na América Latina?

Os produtores latino-americanos começam a enfrentar dificuldades no acesso aos fertilizantes, já que a Rússia representa cerca de 15% do comércio mundial de fertilizantes nitrogenados e 17% de fertilizantes potássicos.

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A ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, assumiu complicações para o setor agrícola de seu país ao reconhecer que o Brasil importa até 85% dos insumos para a produção de fertilizantes da Rússia, pelos quais será afetado em em última análise, o acesso a produtos alimentares básicos, como farinha de trigo e outros cereais.

"A volatilidade atingiu o mundo inteiro em decorrência da crise na Europa. Disponibilidade e preço serão incertos no curto e médio prazo. Se posicionar e adquirir o produto com antecedência será essencial para garantir o fornecimento dos insumos que os produtores precisam”, disse Miguel Cané, presidente da Associação de Produtores de Trigo da Argentina (ARGENTRIGO), à mídia argentina.

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O ministro argentino da Agricultura, Pecuária e Pesca, Julián Domínguez, procurou trazer tranquilidade ao garantir à mídia local que "os produtores de trigo e cevada terão os fertilizantes e produtos fitossanitários de que precisam". Em todo o caso, insistiu na necessidade de “arbitrar os mecanismos necessários para ter pleno acesso aos principais insumos para a produção, evitar a escassez de alimentos e mitigar a aceleração dos preços”.

O México está em situação semelhante. O país norte-americano enfrenta aumentos de até 79% no preço dos insumos importados para a produção de fertilizantes, segundo fontes do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, situação que ameaça a produção agrícola local.

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"A escassez de gás natural está reduzindo a produção mundial desses produtos e sua disponibilidade, que somada ao aumento acelerado do valor dos insumos derivados de hidrocarbonetos, aumentou ainda mais seu preço", disse Juan Carlos Anaya, diretor do Grupo Consultor de Mercados Agrícolas (GCMA), à mídia mexicana .

Em média, o aumento dos preços de fertilizantes e insumos para sua produção em todo o mundo registrou um aumento anual de 89% segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), devido ao aumento do preço do gás natural, transporte custos e o efeito das sanções econômicas sobre a Rússia.

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"O impacto será principalmente na uréia, já que 29% do que compramos vem da Rússia, que há poucos dias anunciou que não vai mais exportar. No México, 60% de suas necessidades são importadas", comentou Anaya.

Por sua vez, o vice-presidente do Conselho Nacional de Agricultura do México (CNA), Rogelio García, destacou que, durante o ano de 2021, o México “importou 62% de suas necessidades de fertilizantes e a Rússia representou 29% do produto importado, portanto o aumento de seu preço pode limitar a produção do ciclo primavera-verão”.

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