Escassez de itens básicos aumenta na Argentina devido a saques a mercados
Crise econômica e saques levam a escassez de produtos Essenciais nos supermercados argentinos
247 - O agravamento da crise econômica na Argentina tem levado a uma escassez crescente de produtos básicos nos supermercados do país. A crise foi ampliada com o registro de uma série de roubos e saques a estabelecimentos comerciais ao longo da última semana, inicialmente em cidades do interior argentino e que chegaram até a periferia de Buenos Aires, diz o Metrópoles.
Esses incidentes de saques e roubos se intensificaram em meio à crise econômica nacional, desencadeada pela desvalorização da moeda local, o peso. Como resultado, muitos fornecedores do comércio não conseguiram repor adequadamente suas mercadorias, resultando na falta de itens essenciais como papel higiênico, açúcar e ervas para preparo de chá. Mesmo com a implementação de programas de incentivo, diversos supermercados argentinos estabeleceram limites na quantidade de produtos que cada indivíduo pode adquirir.
A escassez ocorre em um momento delicado, a poucos meses das eleições marcadas para outubro deste ano. O presidente argentino, Alberto Fernández, já anunciou que não buscará a reeleição. No entanto, mesmo com a implementação de programas governamentais, os preços dos produtos básicos têm apresentado variações, de acordo com informações do portal argentino Clarín. Alguns dos itens que atualmente estão em falta incluem açúcar, ervas, macarrão, farinha, snacks, rolos de cozinha, detergente, papel higiênico, ração para animais (gatos) e desodorizantes.
Essa é a terceira grande crise que a Argentina enfrenta desde a redemocratização do país há 40 anos. O país acumula pouco mais de US$ 30 bilhões em suas reservas internacionais, sendo que as dívidas, a moeda desvalorizada e a alta inflação - que ultrapassa os três dígitos - são fatores centrais para essa situação. A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.
As restrições ao câmbio e a imposição de limites para a compra de dólares em 2019 foram tentativas de conter a instabilidade econômica, mas acabaram contribuindo para a prática de saques, conhecida como "ataque piranha", que se disseminou pelo país.
Vários registros de ataques a supermercados, farmácias e lojas foram compartilhados nas redes sociais. As cenas mais violentas, de acordo com a reportagem, ocorreram na cidade de Moreno, onde cerca de 50 pessoas, incluindo crianças, invadiram um supermercado. A onda de saques se espalhou por várias províncias argentinas, incluindo Buenos Aires, Mendoza, Córdoba, Neuquén e Río Negro.
