HOME > América Latina

Governo de Honduras rejeita encontro do Congresso dos EUA no qual sua gestão foi atacada

O governo Castro afirmou que "infelizmente" grupos opositores com "pouco ou nenhum respeito à dignidade nacional" buscam a interferência de setores "ultraconservadores" dos EUA

Xiomara Castro (Foto: Reuters)

Télam - O Governo de Honduras rejeitou nesta quarta-feira (25) a análise de sua gestão feita por um subcomitê da Câmara dos Representantes dos EUA convocar uma audiência intitulada "Relações Bilaterais EUA-Honduras: Analisando o Governo Socialista da presidente Xiomara Castro".

"Rejeitamos qualquer tentativa de realizar exames ou tomar medidas unilaterais contrárias ao direito internacional, pois, como nação soberana, não aceitamos avaliações externas", alertou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado, citado pela agência Sputnik.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que em Washington foi realizada uma audiência convocada pelo Subcomitê do Hemisfério Ocidental, do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes, que discutiu as relações dos EUA com Honduras.

O governo hondurenho afirmou que "infelizmente" grupos opositores com "pouco ou nenhum respeito à dignidade nacional" buscam a interferência de setores "ultraconservadores" dos EUA e de outras nações.

"(É) uma atitude submissa e baseada em informações falsas e manipuladas, aliando-se a grupos minoritários externos que em muitos casos apoiaram a narcoditadura", destacou o texto oficial, referindo-se à administração de Juan Orlando Hernández (2014-2022), atualmente preso em uma prisão americana acusado de narcotráfico.

O Ministério das Relações Exteriores de Honduras destacou que as relações com os EUA estão em um nível muito bom.

Na audiência do Subcomitê do Hemisfério Ocidental, a representante María Elvira Salazar, chefe desse grupo de trabalho, disse que "o comunismo e o socialismo retornaram a Honduras".

"O que preocupa e surpreende este Comitê é a resposta tão chocante que a administração do presidente (Joe) Biden teve ao Governo de Xiomara Castro, quando seu governo não ajuda os EUA", afirmou a congressista de origem cubana.

Salazar insistiu que o Governo de Castro ameaçou expropriar empresas estrangeiras, incluindo a americana Próspera, além de ter rompido relações com Taiwan e reconhecido a "China comunista" como parceira comercial.

Próspera é uma Zona de Emprego e Desenvolvimento Econômico, um modelo aprovado em Honduras em 2013 sob a administração do direitista Partido Nacional, que foi revogado pelo Parlamento em abril do ano passado.