Lula adota postura pragmática diante de governo argentino do ultradireitista Javier Milei
Pragmatismo do presidente Lula está ligado a estabilidade regional e ao comércio bilateral entre os dois países
247 - Com uma agenda internacional robusta para 2024, que inclui a Presidência do G20 e desafios como o processo eleitoral na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá seguir mantendo a abordagem pragmática em relação ao líder argentino de ultradireita Javier Milei. Segundo a jornalista Janaína Figueiredo, de O Globo, “a decisão do presidente, disseram altas fontes do Palácio do Planalto, é evitar conflitos com Milei, a menos que o Brasil seja atacado pelo chefe de Estado argentino. Se isso acontecer, Lula vai reagir”.
O pragmatismo de Lula estende-se à disposição de colaborar com a Argentina de Milei em organismos internacionais. Recentemente, com o apoio do Brasil, o governo argentino recebeu um empréstimo de US$ 1 bilhão da Corporação Andina de Fomento (CAF). Fontes do governo indicam que essa colaboração se estenderá às negociações argentinas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Enquanto Milei não adotar medidas hostis contra o Brasil, a relação bilateral não deverá enfrentar grandes turbulências. Lula optou pelo silêncio em relação a decisões controversas do presidente argentino de ultradireita, como o "decretaço" que revogou mais de 300 leis e a polêmica "lei ônibus" que concede amplos poderes a Milei até 2025.
Ainda segundo a reportagem, “o pragmatismo de Lula tem como pano de fundo duas preocupações centrais: a estabilidade regional e o comércio bilateral. Só uma ofensiva dramática de Milei contra o Brasil ou o Mercosul tirará Lula do modo paciência estratégica”.
