Maduro diz que “fraude escandalosa” da eleição no Equador teve participação da extrema direita venezuelana
Presidente venezuelano acusa entidade ligada a Maria Corina Machado, líder da extrema direita, de manipular eleições equatorianas com apoio do imperialismo
247 - Durante discurso no encontro com candidatos do Grande Polo Patriótico "Simón Bolívar", realizado nesta segunda-feira (14), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a reeleição de Daniel Noboa no Equador foi marcada por “fraude escandalosa e vergonhosa”, com a atuação direta da organização Súmate, fundada por María Corina Machado, informa a Telesur.
“Foi a Súmate, a organização de María Corina Machado, que orquestrou a fraude podre do Equador, financiada pelo imperialismo”, declarou Maduro. Segundo o presidente, a entidade teria operado um esquema de manipulação eleitoral no país vizinho com apoio de potências estrangeiras, num esforço para interferir nos rumos políticos de nações soberanas.
A denúncia se soma a uma série de críticas do governo venezuelano à atuação de organizações e lideranças de direita na América Latina, especialmente aquelas que mantêm vínculos com os Estados Unidos. Maduro destacou que o movimento que sustenta a permanência de Noboa no poder é “especialista em guerra psicológica e fraude eleitoral”.
O presidente também relembrou a origem da entidade acusada. “A Súmate foi criada por María Corina Machado em 2002, junto com Alejandro Plaz”, afirmou. A organização ganhou notoriedade internacional por seu envolvimento em auditorias eleitorais e ações de oposição ao chavismo, sendo frequentemente acusada pelo governo venezuelano de atuar como braço político do imperialismo norte-americano.
Para Maduro, o que ocorreu no Equador representa mais do que uma disputa eleitoral. “É uma fraude horrível e inaceitável que Súmate organizou. Para estabelecer um plano de colonização e controlar política e economicamente uma nação que foi libertada e se tornou independente por Antonio José Sucre, Simón Bolívar e Manuela Sáenz”, declarou, evocando figuras históricas da luta pela independência latino-americana.
O líder venezuelano alertou para o que chamou de “ameaça geopolítica significativa” contra os povos do Sul Global. Segundo ele, há uma tentativa contínua das hegemonias imperiais de frear o avanço de um mundo multipolar. “Eles estão tentando impor à força a hegemonia de um único império: o império dos Estados Unidos, novamente. É uma grande ameaça porque isso é impossível, simplesmente impossível”, concluiu.
A reeleição de Daniel Noboa, contestada pela candidata Luisa González do Movimento Revolução Cidadã, foi celebrada por setores conservadores como uma vitória da estabilidade e da ordem, mas criticada pela esquerda regional, que aponta para a existência de fraudes e práticas de manipulação midiática e judicial. Com as denúncias feitas por Maduro, a crise política no Equador pode ganhar uma nova dimensão, agora sob os holofotes da geopolítica continental.
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