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Milei promete "ajuste fiscal duro", com consequente queda no emprego e nos salários e aumento da pobreza

“No curto prazo, a situação vai piorar. Depois desse ajuste macro, a situação começará a melhorar”, disse o novo presidente argentino em seu discurso de posse

Javier Milei (Foto: Leo Vaca/Télam)

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247 - Discursando de costas para o Congresso Nacional após tomar posse como presidente da Argentina neste domingo (10), o extremista de direita Javier Milei prometeu fazer um “ajuste fiscal duro” no país, salientando que suas políticas econômicas, “no curto prazo”, farão a situação “piorar”, com queda da atividade econômica, no número de empregos e no nível dos salários. Segundo ele, ainda será observado um aumento nos índices de pobreza e de inflação. “Não há alternativa ao ajuste. Logicamente isso vai impactar o nível de atividade, o emprego, os salários reais, a quantidade de pobres e indigentes. Haverá inflação. Mas não é algo diferente do que aconteceu nos últimos 12 anos. Há mais de uma década vivemos com essa inflação. Então esse é o momento de começar com a reconstrução da Argentina. Depois desse ajuste macro, a situação começará a melhorar, haverá luz no final do túnel. No caso alternativo, a proposta progressista, cuja única fonte de financiamento é a emissão de dinheiro, a consequência seria uma hiperinflação e uma espiral decadente que nos nivelaria à Venezuela de [Hugo] Chávez e [Nicolás] Maduro. Depois de semelhante situação, não pode restar dúvidas de que a única possibilidade é um ajuste, um ajuste organizado com força no Estado, e não sobre o setor privado”.

Milei falou também em uma “nova era na Argentina” com seu governo. “Hoje damos por terminada uma longa e triste história de decadência e começamos a reconstrução do nosso país. Os argentinos expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Não há retorno. Hoje enterramos décadas de atraso e de disputas sem sentido. Hoje começa uma era de paz e prosperidade na Argentina. Uma era de liberdade e desenvolvimento, de liberdade e progresso. Durante mais de 100 anos os políticos defenderam um modelo que gera pobreza, que considera que os cidadãos estão para servir a política, e não o contrário. Um modelo que considera que a tarefa do político é dirigir a vida dos indivíduos em todos os campos. Esse modelo fracassou. Assim como a queda do muro de Berlim marcou o fim de uma era trágica para todo o mundo, essas eleições marcaram um ponto de ruptura da nossa história”.

Milei, que durante a campanha eleitoral atacou duramente a “casta” política, prometeu que não haverá “perseguição” por parte de sua administração. “Quanto à classe política, não estamos para perseguir ninguém. Nosso projeto não é um projeto de poder, é um projeto de país”.

O novo presidente terminou o discurso com o slogan que criou durante a campanha: "viva la libertad, carajo".

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