ONU pede paz no Equador para "reduzir tensões e buscar formas de diálogo"
Pedido é feito no âmbito da "greve por tempo indeterminado" organizada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador
ARN - A Organização das Nações Unidas (ONU) no Equador fez nesta quarta-feira (15) um apelo à paz durante a "greve por tempo indeterminado", organizada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que vigora há três dias com mais de mais de 20 detidos e um registo de 63 incidentes.
"O sistema das Nações Unidas no Equador clama por paz, para diminuir as tensões e buscar formas de diálogo", pediu a organização por meio de um comunicado compartilhado por meio da conta oficial do Twitter.
A ONU também pediu "respeito irrestrito" às garantias constitucionais e legais de protesto social quanto às regras que se aplicam quando as pessoas são detidas no contexto de uma manifestação.
Por último, exortou os atores sociais “a exercerem o seu direito de protestar pacificamente, no quadro do Estado de Direito e da necessária convivência e paz social”.
Incidentes registrados até agora
O ministro do Interior, Patricio Carrillo, informou esta quarta-feira no Palácio Carondelet que o "epicentro do vandalismo e do caos" está localizado em Cotopaxi.
Acrescentou que foram registrados 63 incidentes e que existem cerca de 20 detidos que passaram nas "audiências flagrantes de qualificação". Por sua vez, mencionou que uma média de 5.500 manifestantes teriam sido mobilizados em todo o país.
Por fim, afirmou que o Ministério do Governo está em diálogo com os grupos que proíbem a entrada na cidade de Quito, que apresentaram "pequenas demandas".
O movimento foi desencadeado em protesto contra o alto preço dos produtos de primeira necessidade, a precariedade dos hospitais públicos, os preços dos combustíveis, a ausência de créditos para fomentar a produção, a atenção ao setor agropecuário e a privatização das empresas públicas, entre outros.
A liderança do movimento é da Conaie e de outros 53 grupos, que entenderam que o povo "deveria se levantar depois de esgotadas as instâncias de diálogo com o governo".
Em documento compartilhado em seu site, a Conaie se refere à "falta de vontade" e "incapacidade" do governo de Guillermo Lasso para responder às demandas sociais.
A decisão da mobilização foi "a mais ampla sobre a realidade do país" no âmbito da democracia e do direito à participação política. "Como Conaie estávamos dispostos a ceder, dialogar, debater, propor e canalizar soluções concretas, mas Guillermo Lasso nunca se abriu para problemas urgentes", disse.
