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América Latina

Pacote econômico de Milei levará classe média argentina à pobreza e afetará o Brasil

"A recessão econômica que se seguirá e as taxações das importações industriais, afetarão negativamente as exportações brasileiras", avalia Marcelo Zero

Lula e Milei (Foto: Ricardo Stuckert / PR | Agustin Marcarian/Reuters)
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247 – O pacote econômico argentino, anunciado na noite de ontem pelo ministro Luis Caputo, afetará duramente a classe média argentina, com a maxidesvalorização cambial e a liberação dos preços, mas também o Brasil, em razão do impacto negativo nas importações. É o que aponta o analista geopolítico Marcelo Zero, que é também colunista do Brasil 247. "As medidas de Javier Milei, além de levar a classe média argentina à pobreza, vão afetar o Brasil. A recessão econômica que se seguirá e as taxações das importações industriais, afetarão negativamente as exportações brasileiras. Mais de 90% do que exportamos para lá são de produtos manufaturados", diz ele.

Luis Caputo, Ministro da Economia da Argentina, anunciou nesta terça-feira as primeiras medidas do plano de ajuste econômico do governo de Javier Milei. A principal medida anunciada foi a desvalorização da moeda argentina, elevando o valor do dólar oficial para 800 pesos – a cotação anterior era próxima a 350 pesos. A notícia foi divulgada através de uma mensagem gravada pelo ministro, que destacou a necessidade de "evitar uma catástrofe" econômica.

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De acordo com reportagem do Clarín, as medidas anunciadas incluem um corte profundo nos gastos públicos e uma reforma do Estado, que foram ajustadas até o último momento com o presidente Milei, durante a reunião de gabinete no segundo dia de mandato de Caputo. Entre as ações estão:

  • Não renovação de contratos trabalhistas do Estado com menos de um ano de duração.
  • Suspensão da verba publicitária por um ano, tendo em vista os 34 milhões de pesos gastos em publicidade no último ano.
  • Redução dos ministérios de 18 para 9 e das secretarias de Estado de 106 para 54.
  • Minimização das "transferências discricionárias do Estado nacional para as províncias".

Caputo ressaltou a gravidade da situação econômica do país, afirmando que a Argentina enfrenta "a pior herança de nossa história", com um déficit fiscal que supera os 5,5 pontos do PIB. Ele alertou sobre o risco de hiperinflação, com a inflação atualmente em 300% ao ano e disse que a situação vai piorar antes de melhorar.

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O ministro também mencionou o discurso de posse de Milei, que falava sobre a possibilidade de a inflação atingir níveis de 15.000% ao ano. Como exemplo, mencionou o aumento potencial do preço do leite de 400 para 60 mil pesos em um ano.

Inicialmente, o vídeo do Ministro da Economia deveria ter sido transmitido às 17h, mas foi adiado para as 18h devido a atrasos e ajustes de última hora. Caputo começou seu pronunciamento depois das 19h, agradecendo aos eleitores, enquanto sirenas podiam ser ouvidas ao fundo.

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Em uma conferência de imprensa matutina, o porta-voz presidencial Manuel Adorni antecipou que as medidas visam enfrentar a "urgência econômica" do país e evitar uma catástrofe maior.

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