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Parlamentares chilenos arquivam reforma tributária em derrota para Boric

A reforma tributária visava arrecadar até 3,6% do produto interno bruto e propôs um royalty da mineração

Gabriel Boric (Foto: Reuters)

SANTIAGO, 8 de março (Reuters) - O governo do presidente esquerdista chileno Gabriel Boric sofreu um grande revés nesta quarta-feira depois que parlamentares se recusaram a avançar com uma proposta de reforma tributária destinada a financiar elementos-chave da agenda progressista do presidente.

A reforma tributária visava arrecadar até 3,6% do produto interno bruto e propôs um royalty da mineração, que também está sendo discutido separadamente.

Com 73 votos a favor e 71 contra, os legisladores rejeitaram o projeto de lei apresentado em julho passado. Precisava de 79 votos para avançar.

O governo ainda pode tentar levar a iniciativa ao Senado, onde não tem maioria.

O ministro da Fazenda, Mario Marcel, lamentou a rejeição do projeto de lei e disse que ele e Boric discutiriam maneiras de levar adiante a agenda do governo.

"Não estamos agora em posição de definir exatamente quais medidas serão tomadas", disse ele em entrevista coletiva. Ele chamou a rejeição de "uma questão da maior gravidade política, econômica e social".

As receitas adicionais esperadas destinariam-se a financiar futuras reformas nos sistemas de pensões e de saúde, algumas das principais promessas feitas pelo governo.

A reforma proposta incluía ajustes no imposto de renda, imposto sobre a riqueza, redução de isenções, medidas contra a sonegação e maior gasto com incentivos fiscais.