Saiba quem é Diana Mondino, futura chanceler do governo de Javier Milei
Futura chanceler da Argentina já defendeu a venda de órgãos, atacou a comunidade LGBTQIA+ e se alinhou aos interesses britânicos nas Ilhas Malvinas
247 - O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, oficializou a nomeação de Diana Mondino como chanceler de seu novo governo, que tomará posse em 10 de dezembro. O economista de extrema direita, conhecido por suas propostas de privatização de obras públicas e redução do papel do Estado, revelou em uma entrevista que Mondino já está envolvida na preparação da "agenda internacional" do governo.
“Toda a experiência profissional de Mondino ocorreu na esfera privada . O trabalho mais extenso que aparece em seu currículo está no Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina (CEMA), instituição à qual está vinculado há mais de 17 anos. Atualmente, é diretora e professora do Mestrado em Gestão de Empresas e Finanças daquela instituição”, destaca o jornal Página 12.
Apesar de sua inclinação privatizadora, Mondino possui formação acadêmica em Economia pela Universidade Nacional de Córdoba e obteve mestrado em Economia e Gestão de Empresas pela Universidade de Navarra, além de cursos em instituições estrangeiras, como a Columbia Business School e a Universidade de Yale.
Ainda segundo a reportagem, Mondino foi diretora geral da agência de classificação de risco Standard & Poor's por oito anos, entre 1997 e 2005, sediada em Nova York. Antes disso, fundou a Risk Analysis, uma agência local de classificação de risco, em 1991, que acabou adquirida por uma empresa americana de serviços financeiros.
Além de seu envolvimento com empresas, Mondino também atuou como membro do conselho de auditoria da fabricante de cimento Loma Negra, voluntária na Fundação Banco Alimentar e consultora financeira nas Bodegas Bianchi.
Na área das relações exteriores, Mondino expressou apoio à "autodeterminação" dos habitantes das Ilhas Malvinas em um alinhamento direto com a posição histórica britânica “No roteiro de Mondino, ‘a decisão dos locais’ só pode ser qualificada se o governo argentino ‘seduzir’ os ilhéus com concessões aos britânicos, como, por exemplo, deixar aberta a possibilidade de a Grã-Bretanha” poder fazer uso de recursos razoáveis que estão lá embaixo’”, ressalta o periódico.
A futura chanceler também advogou pela criação de um "mercado de órgãos", propondo reformas na Lei Justina – que declara como doador qualquer pessoa com mais de 18 anos, salvo indicação expressa em contrário – para implementar um sistema de doação cruzada, baseado no trabalho do ganhador do Prêmio Nobel de Economia Alvin Roth. O modelo, porém, enfrentou críticas do Conselho da Europa em 2018, que alegou risco de "tráfico de órgãos humanos" e exploração.
Modino também já manifestou sua intolerância e preconceito contra a comunidade LGBTIQ+ ao comparar o casamento igualitário a ter piolhos. Em entrevista ao LN+, ela afirmou que “se você prefere não tomar banho e ficar cheio de piolhos e a escolha é sua, é isso, então não reclame se tem alguém que não gosta que você tenha piolhos”.
Mondino também já afirmou que a Argentina não deverá integrar o grupo dos BRICS. Atualmente, o bloco econômico inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em Agosto, a cúpula do BRICS em Joanesburgo convidou a Argentina, o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita a tornarem-se membros de pleno direito do bloco a partir de 1º de Janeiro de 2024.
