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Claudir Nespolo

Presidente da CUT-RS

15 artigos

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2018: derrotar os governos dos ricos e reacender a esperança

O ano de 2017 entra para a história como o que registrou o mais terrível ataque já feito até contra os direitos da classe trabalhadora no Brasil. Isto só foi possível com o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), o mesmo que se livrou duas vezes na Câmara de ser investigado por denúncias de corrupção. Em 2018, devemos intensificar a resistência para travar as agendas retrógradas

O ano de 2017 entra para a história como o que registrou o mais terrível ataque já feito até contra os direitos da classe trabalhadora no Brasil. Isto só foi possível com o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), o mesmo que se livrou duas vezes na Câmara de ser investigado por denúncias de corrupção. Em 2018, devemos intensificar a resistência para travar as agendas retrógradas (Foto: Claudir Nespolo)
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O ano de 2017, que está dando adeus, entra para a história como o que registrou o mais terrível ataque já feito até hoje contra os direitos da classe trabalhadora no Brasil. Isto só foi possível com o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), o mesmo que se livrou duas vezes na Câmara de ser investigado por denúncias de corrupção, graças à conivência de vários deputados igualmente suspeitos e à liberação desenfreada de verbas parlamentares.

A aprovação da antirreforma trabalhista no Congresso Nacional, sancionada pelo golpista Temer como Lei nº 13.467, representa a maior ofensiva das federações empresariais para retirar direitos e conquistas, tentar enfraquecer os sindicatos e desmontar a Justiça do Trabalho. Querem implantar uma nova escravidão. Desta vez, não apenas racial, mas agora também classista. Para levar a classe trabalhadora inteira para a senzala.

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Infelizmente o Brasil não é um caso isolado. Trata-se de uma tendência mundial, que se verifica em vários países da América Latina e da Europa, sob o comando do capital financeiro, na ânsia de aumentar os lucros e enriquecer as grandes corporações multinacionais.

Resistência contra retrocessos

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Fizemos no dia 28 de abril a maior greve geral da história do Brasil, exatamente no ano que lembramos os 100 anos da primeira paralisação de todas as categorias, em 1917. O movimento foi vitorioso, na medida em que barrou até agora a antirreforma da Previdência, o objeto de desejo do mercado financeiro, um dos principais apoiadores do golpe que apeou sem crime de responsabilidade a presidenta Dilma Rousseff, cujo recurso até hoje não foi julgado pelo STF.

O relatório da CPI da Previdência, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), veio a comprovar que não existe déficit. O que há são grandes empresas e bancos que devem muito dinheiro e até reconhecem, mas não pagam. Além disso, há sonegações, desvios de receitas para outras finalidades, renúncias e desonerações.

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Sem votos para aprovar os retrocessos na Previdência, os golpistas aceleraram a tramitação da antirreforma trabalhista, que precisava de menos votos e ela acabou passando no Congresso, apesar da resistência das centrais sindicais, movimentos sociais e representações de advogados, juízes e procuradores do Trabalho.

Entretanto, o movimento sindical não naturalizou as alterações na CLT e continua resistindo contra a sua aplicação nas convenções e acordos coletivos. Estamos respondendo com o sindicalismo cada vez mais forte e representativo, ampliando a sindicalização e a organização nos locais de trabalho.

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Marcamos também “na paleta” os deputados e senadores que votaram favoravelmente à antirreforma trabalhista e não deixaremos que a classe trabalhadora se esqueça dos seus algozes nas próximas eleições. Um calendário de 2018, com a cara, o nome e o partido de cada parlamentar, está sendo distribuído pelos sindicatos. Não esqueceremos!

Enquanto classe trabalhadora, aprendemos ao longo da história a acumular forças em períodos de resistência e enfrentamento aos ataques do capital. Não está sendo diferente agora e os primeiros resultados começam a aparecer.

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Fora, Sartori!

No Rio Grande do Sul, o ano foi novamente marcado pelos ataques do governo Sartori aos servidores públicos, mantendo o parcelamento e o arrocho nos salários, a extinção de fundações, a busca implacável para privatizar a CEEE, Sulgás e CRM, a tentativa de vender ações do Banrisul e os ataques à Corsan, ao BRDE e ao Badesul.

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Houve também resistência e mobilizações históricas, como a greve do CPERS contra o desmonte de Sartori, a greve do Simpa contra os desmandos do prefeito Nelson Marchezan Jr (PSDB) e a luta dos metalúrgicos em defesa do Polo Naval de Rio Grande, dentre outras. Ocorreram ainda movimentos contra as demissões, em defesa da água, pela igualdade de gênero, de combate ao racismo, pela democratização da comunicação, em defesa do SUS e contra o desmonte dos bancos públicos.

Aprendemos a construir frentes, pois ninguém se salva sozinho.  A Frente Jurídica em Defesa das Fundações foi exemplar no enfrentamento dos abusos do governo e na sustentação dos direitos dos servidores. Passado mais de um ano da autorização aprovada pelos deputados aliados de Sartori na Assembleia Legislativa, as extinções continuem emperradas na Justiça e o governo não conseguiu fazer as 1,2 mil demissões anunciadas.

Vencemos também o debate na sociedade. O desmonte das fundações não tem nada a ver com o suposto déficit das contas do Estado, mas sim com desejo de fazer negócio com serviços públicos e com as empresas estatais para atender o apetite das federações empresariais e de investidores privados. É uma opção ideológica do governo entreguista do PMDB.

Ampliar a mobilização

Foi estratégico termos estimulado e construído dezenas de comitês de resistência nos principais municípios gaúchos, ampliando a resistência e a mobilização. Tivemos iniciativas de unidade de ação das centrais sindicais ao longo do ano. Batalhamos muito para conquistá-la.

Conseguimos a ampliação dessa unidade com os movimentos sociais, os partidos de esquerda e a Frente Brasil Popular. Isso permitiu um trabalho implacável de esclarecimento nas bases eleitorais dos deputados que apoiam  Temer e Sartori.

O medo de não ter votos suficientes levou Temer a encerrar o ano sem aprovar a antirreforma da Previdência. Sartori também não conseguiu votos para aprovar a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) às vésperas do Natal, mas poderá tentar de novo no final de janeiro.

Dessa forma, impusemos derrotas importantíssimas aos governos do PMDB, que gastaram milhões de reais em propagandas enganosas na mídia tradicional, que largou o bom jornalismo para fazer marketing dos golpistas e seus patrocinadores.

Essas vitórias da resistência projetam a continuidade e a ampliação das mobilizações em 2018 para impedir a aprovação desses retrocessos. Desde já, está no horizonte a construção de uma greve geral no dia 19 de fevereiro, quando o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende votar o desmonte da Previdência. Se botar para votar, o Brasil vai parar!

Antes disso, porém, precisamos tomar as ruas de Porto Alegre na defesa da democracia, a fim de mostrar para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que o ex-presidente Lula não pode ser condenado sem provas no dia 24 de janeiro. Querem tirar de Lula, líder de todas as pesquisas eleitorais, o direito de ser candidato a presidente da República. Eleição sem Lula é fraude!

Esperança se constrói com luta

Acreditamos que a esperança se constrói, se reconstrói e se reacende com as lutas da cada dia, desde o local de trabalho. Por isso, em 2018, devemos intensificar a resistência para travar as agendas retrógradas. Temos que apostar também nas eleições gerais para separar o joio do trigo, virar a página do golpe, resgatar a democracia, derrotar os governos dos ricos e revogar o entulho golpista e neoliberal. Precisamos eleger candidatos para presidente, governador, senadores, deputados federais e estaduais que representem de fato os interesses da classe trabalhadora.

Temos absoluta certeza de que para os lutadores e as lutadoras das entidades sindicais e dos movimentos sociais, do campo e da cidade, não faltará a coragem da palavra, a defesa da justiça, o compromisso com os pobres e a ousadia da ação transformadora. 

 

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