2020: é preciso uma resistência viva contra Bolsonaro
"Nessa conjuntura adversa, a esquerda vai precisar atuar com mais clareza programática, mais audácia política e maior vigor militante, fortalecendo as ações extra-parlamentares, – atuando de fora para dentro das atuais instituições –, e tensionando em todos os campos o combate ao projeto de recolonização neoliberal, autoritário e excludente em curso", diz o jornalista Milton Alves

✅ Clique aqui para receber notícias do Brasil 247 e da TV 247 no WhatsApp
O primeiro ano do governo bolsonarista foi desastroso para a imensa maioria dos brasileiros. O país conheceu um governo que atacou os direitos sociais, ameaçou as liberdades democráticas e enfraqueceu a soberania da nação, com um alinhamento tacanho e humilhante ao império norte-americano.
Passados doze meses, Bolsonaro mantém uma base de apoio ativa e mobilizada, uma aprovação ao seu governo em torno de 30% e uma coesão do empresariado ao seu programa implementado pelo ministro da Economia Paulo Guedes. Além disso, conta com forte apoio nas Forças Armadas, no aparelho judiciário controlado pelo lavajatismo e de um vasto segmento das igrejas neopentecostais. É um governo ainda forte, mas minoritário na sociedade.
Apesar de desacertos na condução política, o governo Bolsonaro não perdeu a capacidade de iniciativa e aplicou, no essencial, o seu nefasto projeto contra a maioria do povo brasileiro. Contou para isso governo com a boa vontade da mídia corporativa e do apoio organizado do sistema financeiro e empresarial. E conviveu com uma pálida oposição no parlamento e nas ruas.
Portanto, é necessário ter em conta essa real correlação de forças para definir uma tática eficaz para enfrentar e derrotar globalmente o projeto neoliberal do governo.
Nessa conjuntura adversa, a esquerda vai precisar atuar com mais clareza programática, mais audácia política e maior vigor militante, fortalecendo as ações extra-parlamentares, – atuando de fora para dentro das atuais instituições –, e tensionando em todos os campos o combate ao projeto de recolonização neoliberal, autoritário e excludente em curso.
A busca de atalhos, como o transformismo partidário e uso de disfarces políticos, não ajudam em nada a construção de uma eficaz e resoluta tática de resistência ativa, sustentada a partir da mobilização dos trabalhadores e do povo pobre, alvos da política genocida do bolsonarismo. Há, sim, a necessidade de mais unidade e nitidez política da esquerda junto à população, reafirmando as nossas cores e bandeiras.
Neste ano teremos eleições municipais, um palco importante para o enfrentamento ao governo Bolsonaro. Um momento para nacionalização da agenda da esquerda nas disputas eleitorais das capitais e grandes cidades. Um momento para a fusão da luta social com a batalha política e eleitoral, gestando as condições para uma eleição a quente, de polarização entre o projeto democrático-popular e o projeto bolsonarista e dos 10% mais ricos.
*Ativista político e social. Autor do livro ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
O conhecimento liberta. Quero ser membro. Siga-nos no Telegram.
A você que chegou até aqui, agradecemos muito por valorizar nosso conteúdo. Ao contrário da mídia corporativa, o Brasil 247 e a TV 247 se financiam por meio da sua própria comunidade de leitores e telespectadores. Você pode apoiar a TV 247 e o site Brasil 247 de diversas formas. Veja como em brasil247.com/apoio
Apoie o 247
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247