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Edison Brito

Ativista do Movimento Nacional pela Anulação do Impeachment, militante do PT, profissional da Navegação Aérea na Infraero

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21 junho de 2017 entrará para história

Neste dia o Supremo Tribunal Federal recebeu a "visita" de manifestantes. Diferentemente de outros protestos, este não era contra um ministro específico, ou contra uma decisão já tomada pelo supremo. Não, este não foi assim. Este foi grandioso. E grandioso porque os participantes demonstraram determinação e "garra" difícil de se ver

Neste dia o Supremo Tribunal Federal recebeu a "visita" de manifestantes. Diferentemente de outros protestos, este não era contra um ministro específico, ou contra uma decisão já tomada pelo supremo. Não, este não foi assim. Este foi grandioso. E grandioso porque os participantes demonstraram determinação e "garra" difícil de se ver (Foto: Edison Brito)

Neste dia o Supremo Tribunal Federal recebeu a "visita" de manifestantes. Diferentemente de outros protestos, este não era contra um ministro específico, ou contra uma decisão já tomada pelo supremo. Não, este não foi assim. Este foi grandioso. E grandioso porque os participantes demonstraram determinação e "garra" difícil de se ver.

E por mais estranho e paradoxal que seja, esta manifestação foi justamente para exigir que o tribunal cumprisse com o seu dever constitucional. Que julgasse um mandado de segurança. Não um qualquer. Mas um de extrema importância para o futuro da nação brasileira. Um MS interposto pela defesa de Dilma Rousseff que pede a anulação do "golpe" parlamentar (travestido de impeachment) e sua restituição ao cargo de presidenta.

No fonal da tarde, aproximadamente 600 pessoas, oriundas de diversas regiões do país, gritaram por justiça. Exigiram a apreciação do mérito do mandado. Clamaram pela anulação do impeachment.

Oradores, se revezando ao microfone, iam expondo os vários motivos que os levaram até ao STF. Lembraram que quem sofre mesmo com o golpe é o povo, com desemprego, com a perda dos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais. Que o país está sendo entregue ao rentismo internacional. Que foi uma quadrilha de corruptos que promoveram o golpe. Que o STF não deve se acovardar. Que não se pode jogar no lixo 54,5 milhões de votos.

Um ponto destaco, os manifestantes pediram que a ministra Carmen Lúcia os recebesse, não conseguiram, no entanto um funcionário veio conversar e foi permitida que uma comissão entrasse e protocolasse uma carta aos cuidados da presidente do tribunal. O que foi feito. A carta solicitava que se acelerasse a avaliação do MS. Assinaram o MNAI (Movimento Nacional pela Anulação do Impeachment) e os comitês de RS (Pelotas e Porto Alegre), SC, SP, RJ, MG, DF, CE, Zurique/Suiça e PCO (Partido da Causa Operária). Primeira vitória.

Mas o ato em si começou bem antes. Por volta do meio dia teve início o debate sobre as razões de se anular o impeachment e por que a volta da Dilma ao poder é de suma importância para democracia. O mediador foi Antônio Carlos do PCO.

Realço alguns itens do que foi debatido:

Expedito Mendonça, diretor do sindicato dos Servidores Públicos Federal, afirmou que o impeachment é fraudulento, que os trabalhadores estão sendo reprimidos. Pediu ainda solidariedade ao companheiro Othon Pereira Neves, dirigente sindical, preso no dia anterior por chamar funcionários a participar da greve do próximo dia 30.

Edva Aguilar, uma das coordenadoras do MNAI, recordou que precisamos pressionar o STF. Que a Dilma deseja voltar. Que nós não somos um fã clube da presidenta e sim da democracia. Que é mais fácil o STF anular o golpe do que o congresso aprovar as diretas, pois no tribunal precisamos de 6 votos e aprovar a PEC das diretas é necessário a aprovação de 2/3 dos parlamentares, o que é praticamente impossível, pois estamos numa situação de anormalidade institucional.

Erika Kokay, deputada federal (PT), falou sobre a luta de classe, o desmonte das estatais, da perda de direitos, da entrega de nossas riquezas para o sistema financeiro internacional. E afirmou que os movimentos pelas Diretas e Anula o Golpe não são incompatíveis, porque ambos querem o retorno da democracia.

Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, enfatizou que vivemos a maior crise do governo golpista. Elementos que articularam o golpe estão envolvidos em corrupções. Destacou que FHC é o chefe maior dos golpistas. O sentido de atos como estes está na luta contra o golpe, na tomada de posição. Não acredita nas eleições diretas sem liquidar com a horda de golpistas. Põe em dúvida, inclusive, as eleições em 2018. Aponta como solução a organização do povo, dos sindicatos, dos movimentos para derrotar o golpe.

Um parênteses. Grupo de empresários, reunidos no Instituto Milleniun, falaram abertamente que as eleições de 2018 será prejudicial aos interesses do país. Recado dado. Cada vez mais as eleições diretas se distanciam da realidade.

Argumentos, conhecimentos, informações foram transmitidos. E mais do que isso, o sentimento de não estar sozinho na luta é revigorante. Saímos dessas manifestações com a alma lavada. Com as funções psíquicas em dia. Os participantes, presenciais ou não, com certeza sentiram-se representados em algum momento.

Que venham mais atos como este. Que mais pessoas se juntem ao movimento pela anulação. É o caminho correto.

"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás." Che Guevara.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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