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Lucas Bitencourt Fortes

Mestrando em Educação pela Universidade Luterana do Brasil. Autor do livro Sankara: o herói esquecido

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34 anos da morte de Thomas Sankara: o líder que ousou inventar o futuro

Sankara viveu e morreu almejando que seu país, mas também o continente africano, se tornasse independente econômica e politicamente. Sankara sonhou com uma África unida e autossuficiente, e possivelmente é por conta disto que teve seu sangue derramado

Thomas Sankara (Foto: Reprodução/Twitter)

Lucas Bitencourt Fortes

Em 15 de outubro deste ano completou 34 anos do covarde assassinato de Thomas Isidore Noël Sankara, panafricanista e ex-presidente de Burkina Faso, e de mais doze de seus companheiros. Alguns dias antes desta data, confirmou-se, finalmente, o julgamento dos acusados por este crime. Dentre os réus encontra-se o ex-presidente Blaise Compaoré, este o melhor amigo de Sankara, que após o assassinato em 1987 tomou o poder, permanecendo até 2014.

Estes dois acontecimentos, o aniversário de 34 anos do brutal crime e o andamento do julgamento, representam a oportunidade de recordar a história deste herói pouco lembrado, lançando um olhar sobre suas conquistas e sonhos. Sankara viveu e morreu almejando que seu país, mas também o continente africano, se tornasse independente econômica e politicamente. Sankara sonhou com uma África unida e autossuficiente, e possivelmente é por conta disto que teve seu sangue derramado. 

Em meio ao aumento da desigualdade social, decorrente da má gestão governamental e das consequências da pandemia da Covid-19, e em vista dos escândalos e falta de conscientização social e política de nossos governantes e militares, recordar a história e aos ensinamentos de Sankara pode ser visto como uma fonte de inspiração e esperança. Líder este que lutou por justiça social e defendeu a formação e conscientização de seu povo.

De modo geral, estes acontecimentos nos dão a oportunidade de voltar nosso olhar para o continente africano e sua rica história, principalmente para os grandes heróis nascidos naquela terra. Patrice Lumumba, Kwame Nkrumah, Nelson Mandela, Jerry Rawlings... Thomas Sankara é mais um dentre os grandes homens que a África lançou ao mundo e que merece, e deve, ser lembrado. 

Olhar para o passado, para tudo que Sankara fez e desejou fazer, é pensar e refletir sobre nosso presente, e consequente, ousar inventar o futuro.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.