44% temem “ameaça comunista com Lula”: após 4 anos de fake news institucionalizadas, o bode na sala virou elefante

O bode na sala virou um elefante recheado de fatos folclóricos, esses que são o elo de sustentação do bolsonarismo, como Nikolas e sua bandalha demonstram



Após a vitória de Lula, uma amiga me convidou para um café. Na verdade, foi mais um monólogo desesperado. A degustação do café que, de acordo com o solícito atendente, vinha do mais puro solo mineiro, ficou para segundo plano. 

Segue abaixo um trecho da resenha: 

“Laís, tô ficando louca com meu namorado (namorido). Na hora que deram a vitória de Lula, ele entrou num surto, começou a se debater no chão, rolar, chorando feito uma nenêm com cólicas. Gritava como se estivesse esfaqueado”. 

A amiga, que obviamente não terá sua identidade revelada aqui, seguiu com sua angustiante anedota: 

“E tem mais, não parou por aí. O vizinho é Lula roxo, ficou feliz, começou a colocar aquela musiquinha famosa do Lula. Ele queria invadir a casa do vizinho para brigar com o homem. Conseguimos impedir. Mas da janela, aos prantos, ele gritava que os comunistas estavam chegando para dominar o país”. 

Então.... 

Para além de indicar que a amiga em questão (que não quis revelar seu voto) precisava urgentemente fugir do Chernobyl, lembrei-me do episódio após pesquisa Ipec dessa semana: 

44% dos brasileiros veem ameaça comunista com Lula.  Desses, 31% dizem acreditar “totalmente” nessa possibilidade.

O dado acima mostra que o desafio que temos é imenso. 

Vou resgatar uma situação: vocês se recordam de uma moradora de um bairro no Guarujá que foi morta após ser espancada por moradores que caíram num boato de que a mulher era uma bruxa que sacrificava crianças? Pois é. Um boato de rua tomou gigantesca proporção. Uma mentira propagada de forma bruta, sem nenhum aparato, vitimou uma inocente. 

Agora, imaginem uma fake news institucionalizada, com gabinete do ódio, com tecnologia de ponta, funcionários, rede internacional e claro, a cereja do bolo: a “credibilidade” da presidencia da República para propagar as maiores sandices. 

O bode na sala virou um elefante recheado de fatos folclóricos, esses que são o elo de sustentação do bolsonarismo, como Nikolas e sua bandalha demonstram bem no Congresso. 

 O problema é que parcela importante da população acredita e está envolto neste universo paralelo, que cheira à naftalina. 

E vamos à luta neste imenso combate! 

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