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60 anos do triunfo da Revolução Cubana

A Revolução Cubana, que completou 60 anos nesta semana em primeiro de janeiro, é um acontecimento importantíssimo na história da América Latina e do povo latino-americano. Tiveram destaque neste movimento as figuras de Fidel e Raul Castro, Ernesto "Che" Guevara, Camilo Cinfuegos, Haydeé Santamaría, Vilma Espín e Celía Sanchez. Para compreendê-lo, em sua totalidade, torna-se necessário revisitarmos o passado

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A Revolução Cubana, que completou 60 anos nesta semana em primeiro de janeiro, é um acontecimento importantíssimo na história da América Latina e do povo latino-americano. Tiveram destaque neste movimento as figuras de Fidel e Raul Castro, Ernesto "Che" Guevara, Camilo Cinfuegos, Haydeé Santamaría, Vilma Espín e Celía Sanchez. Para compreendê-lo, em sua totalidade, torna-se necessário revisitarmos o passado, contextualizando.

Em fins do século XIX, o sistema colonial exclusivista encontrava-se em colapso. Cuba era uma das poucas colônias que não havia conquistado sua independência neste século. Neste sentido, alguns proprietários rurais libertaram seus escravizados e, junto a eles, formaram exércitos emancipacionistas para lutar contra à metrópole espanhola. Sem sucesso, a primeira tentativa de Cuba para emancipar-se do jugo colonial, fora cruelmente esmagada pelos espanhóis. Entretanto, alguns combatentes, como, por exemplo, Antonio Maceo e Máximo Goméz, decidiram exilar-se e reorganizar as forças para uma nova tentativa de independência.

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No exterior, o encontro de Maceo e Goméz com a figura histórica de José Martí fora essencial na construção de uma consciência nacional e, também, para a fundação do Partido Revolucionário Cubano (PRC). Para cooptar mais apoio popular, o PRC lançou o Manifesto de Montecristi em que expunha os principais ideais do movimento. A amplitude do manifesto fora tamanha que muitos escravizados libertos juntaram-se à guerra no chamado Exército Mambí. Neste momento, a organização era mais sólida e o apoio era maior, pois, além dos escravizados libertos, trabalhadores cubanos residentes no exterior e camponeses, aglutinaram-se junto aos três líderes para, em 1895, desembarcarem na Ilha caribenha e erigirem uma nova tentativa, agora exitosa, de independência. Não obstante, os revolucionários não puderam lograr uma emancipação total, pois os EUA, que estavam "mediando" o conflito, declararam guerra à Espanha em 1898 e derrotaram-na, obrigando a retirada dos espanhóis da ilha caribenha. Iniciava-se a neocolonização de Cuba que se legitimaria a partir da Emenda Platt, de 1891.

Após anos e anos de trocas no governo, sempre sob tutela dos EUA, em 1933, triunfará uma rebelião militar no quartel Colúmbia, um dos principais de Cuba, liderada pela figura de Fulgêncio Batista, e logo se tornará um golpe militar. Ulteriormente, depois de um ano de governo provisório, Batista, que tinha apoio dos EUA, surgirá como o homem forte do país capaz de controlar os movimentos populares que protagonizavam diversas greves. Em seu governo e nos que o sucederam, aumentou a corrupção, a inflação, a perseguição aos opositores. Ademais, a alternância no poder manteve-se sempre nas mãos de figuras que davam continuidade aos passos de Batista. Até que, em 1952, a situação agravou-se e, temendo perder as eleições, Batista, junto aos EUA, deu um novo golpe militar. A partir deste momento, as vias democráticas para chegar-se ao poder encerravam-se: as eleições não eram mais viáveis. No entanto, a luta armada tinha espaço para prosperar.

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Como a luta armada era a única via possível de libertação do povo cubano, Fidel e Raul Castro decidiriam revisitar o plano de José Martí, qual seja, atacar o Quartel Moncada, visando a distribuição das armas à população e a futura ocupação dos pontos nevrálgicos de Havana. O assalto que teve início em 26 de julho de 1953 e que, posteriormente, dará nome ao Movimento 26 de Julho, fora um fracasso. Muitos dos jovens participantes foram presos, tal como Fidel Castro, e outros morreram em combate. Todavia, Fidel, por ser um jovem advogado, conduziu sua própria defesa, conhecida atualmente por "A História me absolverá".

Passado um ano da tentativa fracassada do assalto, em 1954 tiveram início novas eleições. Ao sair vitorioso, Batista, decidiu conceder, após grande mobilização popular, anistia geral. Fidel e seus companheiros foram libertos e, pouco tempo depois, o primeiro optou pelo exílio, no México, para tentar reorganizar as forças e, mais uma vez, a independência do povo cubano. No norte da América, tiveram duas ações: política, em que faziam propagandas da luta revolucionária, contrariando a ditadura de Batista e convocando a população à luta armada; e a preparação militar, recebendo treinamento de um ex-general da Guerra Civil Espanhola, Alberto Bayo.

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Passado algum tempo de treinamento, reorganização e incorporação de novos membros, dentre os quais, Ernesto "Che" Guevara e Camilo Cinfuegos, no ano de 1956, os 82 revolucionários embarcaram no Granma, capacidade quase quatro vezes superior à que o iate suportava, e rumaram a Cuba. Ao chegarem, sofreram uma perde significante, porém, para honrar os muitos que caíram no primeiro combate, deram continuidade a luta armada.

Já em Serra Maestra, o intitulado Exército Rebelde iniciou suas primeiras batalhas. O primeiro sucesso foi em La Plata, no ano de 1957. Na capital, a generalização de revoltas, greves e incorporação à luta armada tornara-se real. Muitos dos que se somaram participaram da Batalha de Uvero, em que os guerrilheiros venceram mais uma vez. Além disto, ações conjugadas à luta armada tiveram êxito, como, por exemplo, o sequestro do argentino campeão mundial de automobilismo Juan Manuel Fangio, em 1958, chocando a mídia internacional. Isto fez com que Batista partisse para a ofensiva. Contudo, os guerrilheiros foram causando baixas expressivas nos comandados do ditador a partir de diferentes táticas de combate. Batista tentou, pela última vez, conter o ímpeto revolucionário, entretanto, não foi possível. No dia 1º de Janeiro de 1959, o povo cubano amanhecia com a notícia de que Fulgencio Batista havia fugido do país e o Exército Rebelde adentrava Havana. Era o sinal do triunfo da revolução e o início da liberdade de Cuba e de seu povo.

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(*) Graduando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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